Mar 13, 2007

"Must love dogs" (novo título pós comentário da Mila)
Já falei da resolução da minha eterna briga com a balança, o desfecho para o qual se encaminha essa história, e, quando chegar a hora teremos uma sessão de "antes e depois" ou "bem antes e agora".
O que não falei foi do desfecho das outras histórias contadas.
Não falei porque não tava com vontade de falar, porque tava com vontade de calar e só. Se fosse coisa boa teria contado rapidinho, sairia gritando por aí, escreveria texto enorme em "out door", mas não foi o caso.
O que se sucedeu foi mais um enorme pé na bunda, uma dor de cotovelo digna de cantores do rádio da década de 50 que meu pai insiste em ouvir. Melhor então ficar quieta, não alardear esse tipo de coisa...
E eu consigo? Consigo nada.
Agora que já dá pra respirar também dá pra escrever, e até fazer piada com essa vida amorosa patética.
Tô pensando se é um drama ou uma comédia romântica (claro que torço pela segunda opção). Talvez até faça uma lista como em "Mais estranho..." e depois vou arrumar briga com esse roteirista que já tá avacalhando com a minha história. Qualé?
Mas as desgraças da semana passada me levaram a umas viagens muito importantes, com peso de resoluções de ano novo.
Fiquei pensando, depois de uma dúzia de anos que, apesar de parecer o contrário, todos os primeiros passos foram meus. É sério. Que lenta! Levar tudo isso de tempo pra perceber uma coisa dessas? É, não sou conhecida pela rapidez de compreensão dos assuntos relacionados ao coração, tenho uma leve surdez na frequência dessa batida que estou tratando agora.
Tá, ele tem alguns créditos quando nos conhecemos, tem também os créditos dos puxões pela cintura e por falar claramente quando queria o beijo, mas a procura pela companhia, pelo menos nos encontros da segunda metade da dúzia de anos de idas e vindas, fui eu que iniciei.
Todos eles.
Até aí não tenho problema nenhum com isso. Gosto de tomar iniciativas e não tenho paciência pra ficar com joguinhos. Acho chato e uma perda de tempo danada. (Isso aprendi não faz muito tempo, mas a foi lição anotada e colocada em prática)
Assim, percebi também que, apesar de acusada de não ter dado bola, de ter partido o coração dele uma certa quantidade de vezes, de tê-lo feito esperar pela primeira metade dessa história, ele também não fez a parte dele. Ele não brigou.
Eu sou briguenta, mesmo com esse tamaninho, eu gosto de uma encrenca. Ainda mais quando acho importante. E gostar de alguém é importante.
E ele não brigou comigo, não me chamou de ridícula quando claramente estava sendo, não segurou meu braço, não me puxou pelas mãos, não apareceu no meu portão pra me ver (não teria resistido... nunca resisti ao cheiro dele, porque resistiria?), nem conversa por e-mail iniciou.
Não brigou por mim. Nunca!
Sabe aquelas atitudes cheias de testosterona, "eu quero e vou lá", não importa se a batalha será difícil, "não aceito não como resposta" e tal? Aquele tipo de coisa que os manuais de auto-ajuda femininos nos dizem que os homens fazem quando querem alguma coisa? Ele não fez...
E no meio da minha crise caiu minha ficha: "ele simplesmente não está afim de você!"
Putz! Caiu o mundo!
Mas é mais fácil engolir "ele simplesmente não está afim de você" do que "ele gosta de você mas não tem coragem de tomar atitude nenhuma e tem medo de virar a vida do avesso".
Muito mais fácil e muito menos dolorido.
No segundo caso minha tristeza se somaria a um sentimento de pena e de impotência gigantesco. Não poder ajudar a um amigo perdido capaz de verbalizar sua insatisfação com a atual situação e sem forças pra mudar as coisas à sua volta é terrível.
E pra não iniciar uma briga na justiça e com toda a classe dos físicos pedindo reparação de danos pela Lei da Inércia prefiro considerar que ele simplesmente não gosta de mim, e nunca gostou tanto assim como dizia que gostava.
Conclusão de tudo isso?
Eu quero briga!
Mais um requisito na lista "Do Cara": tem que brigar por mim.
E brigar por mim não é sair na porrada, não é ter ciúme(pelamordedeus, ciumentos, afastem-se), não é afastar as pessoas que me cercam, não é grudar no meu pobre pé e achar que não vive sem mim depois de meia hora de encontro, combinado?
Essa briga que eu falo é cheia de cortesia, de galanteio, de flores (ah, flores são muito bem vindas), de mimos (serão todos retribuídos, garanto), de romance, e, quando eu for estúpida e fujona (pois é, acontece nas melhores famílias, e pânico pode vir sempre) tem que discordar de mim, não pode perder o rebolado e sair de cena. Se a batida do coração (aquele que eu tô tendo que usar aparelho auditivo pa ouvir direitinho), a respiração, a pele e os olhos pedem pra ficar, fique. Só isso.

1 comment:

Mila Reily said...

procura um amor qu goste de cachorros?... digo, que traga flores.... e que fique, com vc e com as flores...
é isso???