May 10, 2011

Washington, DC (3)

Terceiro dia de viagem segundo dia de pesquisa.

Desta vez, devidamente agasalhado, marido foi usar o reading Room do Jefferson Building e eu fui conhecer a sala de leitura de Ciência e Tecnologia no quinto andar do Adams Building.

Não sei se já falei que adoro granilite, se não falei ainda, falo agora: ADORO GRANILITE. Pra quem não tem ideia do que tô falando, granilite é um tipo de acabamento de piso  (ou parede, divisória, banco...) feito da mistura de cimento e pedra quebradinha bem pequena e polido depois de seco. Tem muita divisória de banheiro feita de granilite por aí. Mas tô falando disso porque o piso dos acessos da biblioteca eram da granilite todo desenhado, muito colorido e eu fiquei uns bons minutos só olhando piso. A louca!
Minha parte da pesquisa foi rapidinha nesse dia. Rendeu 2 compras de livros pela Amazon e uma visita a uma instituição no dia seguinte, mas terminei todas as minhas consultas pela manhã.
Depois do almoço o marido voltou para a sala de leitura da biblioteca e eu fui fazer uma visita guiada pelo prédio mais antigo da Biblioteca.

Esse passeio rendeu boas fotos:













Quando saímos da biblioteca, a chuva que caía pela manhã já tinha dado espaço pro sol e pudemos voltar mais tranquilos pro hotel. 2 milhas na chuva não dava pra encarar. De qualquer maneira, resolvemos pegar o "Circuladô" (Circulator é um dos tipos de ônibus de Washington e custa US$ 1.00 por viagem e só aceita dinheiro exato, ou seja, tenha sempre uma nota de 1 dollar no bolso ou vá à pé) pra voltar. O combinado era sair pra jantar...

Nosso jantar romântico em DC foi no famoso Ben's Chili Bowl, uma casa de cachorro quente com o Chili mais famoso de Washington e o preferido do Bill Cosby. Depois descobri que o endereço ali era bem mais famoso do que esperava. A "U Street" foi conhecida como a Broadway Negra na década de 50 e 60 e viu muito artista e político negro importante para a história passar por ela.

Mas o vento tava gelado demais pra ficar passeando pela rua. Mas sugiro aos viajantes que gastem mais tempo nessa região da cidade.

Washington, DC (2)

De volta à Connecticut depois de 4 dias em Washington.
Que viagem mais deslumbrante!
Capitais Federais tem esse poder. É uma imponência urbana que te faz ficar em estado de êxtase a casa nova perspectiva. Azar de quem fala que não se vive bem nessas cidades projetadas como monumentos, elas são lindas nas fotografias que tiramos nos passeios turísticos.
Aproveitei tudo o que podia do curto tempo que tinha na capital estadunidense.

O objetivo principal da viagem era acadêmico, o marido e eu tinhamos que fazer pesquisa na maior biblioteca do mundo. Mas é lógico que tinha que aproveitar o pouquinho de tempo livre depois da pesquisa pra passear.

Como chegamos meio tarde na segunda feira, decidimos não arriscar a biblioteca e depois do check-in no Hostel corremos para o Air and Space Museum no National Mall.
Eu tinha que começar por lá! O passeio àquele museu em 86 é uma das lembranças mais vivas na minha memória.

Naquele ano, meus pais levaram minha irmã do meio e eu pra passar 3 semanas nos EUA, incluindo Natal com a família da minha mãe na neve, passeio pra ver a Cinderela na Disney e o aniversário da minha vó em Washington, na casa de um amigo dela que estava na equipe que projetou o Hubble. Minha irmã mais nova, que era um neném fofinho de 1ano e meio na época, ficou no Brasil com nossa tia e nos culpa por traumas de abandono até hoje... well...

Meu pai é um fanático por aviação e viagens espaciais, é daquele que ficou com os olhos até secos esperando Neil Armstrong e Edwin Aldrin pousarem na lua, tinha aviõezinhos pendurados no teto do quarto, coleciona Mecânica Popular. Lógico que ficamos horas no museu aeroespacial! Na minha lembrança foram uns três dias sem sair de lá, mas deve ter algo errado com essa lembrança.
De qualquer maneira, os caças pendurados no teto, as cabines de comando de naves espaciais, as comidas de astronautas e o filme feito dentro da Charlenger com uma "astronauta mulher" lá dentro me fascinaram. Eu tinha assistido ao lançamento e explosão daquela nave ao vivo pela tevê no começo daquele ano, e tinha umA astronauta na nave... ah, como eu queria ser astronauta!
Lógico que minha missão pela capital tinha que começar por alí.


 Air and Space Museum (foto minha)

As naves e aviões não parecem mais tão grandes... talvez pareçam mais letais hoje do que quando eu tinha 6 anos... mas não são mais tão grandes.
Desta vez fui curtir as velharias, os modelos dos primeiros aviões, os homens desafiando o ar e a gravidade. As mulheres desafiando o ar, a gravidade e os homens. Fiquei vendo cada medalhinha, cada postal recebido em combate, as bombas pintadas na lataria do bombardeiro da 2ª Guerra, os uniformes da aviação civil, os troféus das competições. Tem um sabor diferente voltar a um lugar que você só viu quando criança, mas antes tinha meu pai ao lado contando a história de cada um dos caças que estavam pendurados lá...
Os museus ainda estão fechando cedo, mesmo com o sol brilhando até mais de 7 horas da noite.
Fazer oquê, né? Fomos tomar uma cervejinha no primeiro pub bonitinho que cruzou nosso caminho.
Voltamos exaustos pro hotel e fomos descansar para começar cedo no dia seguinte.

Pra usar a Biblioteca do Congresso tem algumas regras: ninguém pode pedir nenhum livro sem estar devidamente cadastrado como pesquisador, e ninguém, a não ser os funcionários da biblioteca, pode chegar e pegar um livro na estante.
Ali em Washington três prédios compõe a Biblioteca, o Thomas Jefferson Building, o mais antigo deles, o James Madison Memorial Building, aberto em 1980, e o John Adams Building, aberto em Janeiro de 1939.

Por ser o prédio mais novo o Madison Building abriga os laboratórios e coleções especiais, como fotografias, posteres, vídeos, gravações de som, instrumentos musicais. É ali também que nós, novos usuários da biblioteca, fizemos nosso cadastro.
Marido ficou por ali mesmo pesquisando nos arquivos de imagem e eu atravessei pelos corredores subterrâneos para usar a sala de leitura do Thomas Jefferson Building.
Ler num lugar daqueles tem outro sentido.
Se existe algum lugar em que se possa assimilar idéias por osmose, só pode ser lá.
Passei a tarde ali, até ficar roxa de frio e sair pra encontrar o marido.  A temperatura de conservação dos livros é bem perto da temperatura de conservação de carne (no frigorífico!) e eu estava vestida para a temperatura externa da cidade, perto dos 30ºC. Mas tudo bem, só atrapalhou um pouco a concentração. Não cometi o mesmo erro depois.

 Library of Congress Thomas Jefferson Building (foto minha)

Resolvemos voltar andando para o hotel naquela tarde linda, afinal, o que são 2 milhas de caminhada?
Só vou dizer que às 9h estava pronta pra dormir.

May 2, 2011

Washington, DC (1)


Washington, 2 de maio de 2011

Hoje estou me sentindo no meio da notícia, como diriam os amigos jornalistas.
Ontem antes de dormir, ainda em Connecticut, tive um acesso desmemoriado e coloquei no 19. Dezenove lá na TV a cabo da minha casa do Brasil é a Globo, na TV a cabo da minha casa dos States é um canal em espanhol, pra comunidade latina da região.
E eu não assisto ao dezenove aqui, a não ser que seja algo imperdível, como Karatê Kid dublado.
Bem, voltando! Reparei que era o Sr Presidente Obama que estava falando à nação. Aí percebi que era ao vivo. Hein? Desde quando tem pronunciamento de presidente ao vivo num domingo as 11:30 da noite?  Deve ser alguma coisa séria!
Corre e procura um canal em inglês, sem a tradução simultânea pro espanhol.
Tio Obama tava lá, contanto pra todo mundo, que os militares americanos tinham finalmente encontrado e matado o Bin Laden.
Só isso, notícia meio sem importância, e eu indo dormir pra pegar o trem cedo pra Washington DC.
Vim pro meio da notícia.
Mas não vi a agitação toda não. Tô à pé e os caminhos são longos e ensolarados. Fiquei no museu Aeroespacial do Smithsonian vendo naves espaciais, caças de guerra e aviões antigos.