Oct 30, 2006

Ontem fui dormir otimista.
Tava feliz mesmo. Eu fico assim em dias de eleição. Pode parecer estranho, mas eu gosto de votar. Até o desprazer de encontrar ex na porta da seção fica menos traumático. Gosto de me arrumar, pegar meu título de eleitora e caminhar até o Resende... depois eu paro na praça e tomo uma garapa.
Eu lembro sempre da minha Vó Meca, que tava com 80 e poucos anos e adorava ir votar.
Ela acordava cedo, vestia a saia branca com a anágua por baixo, camisa branca, terninho branco, escovava os cabelos brancos, colocava o broche com a estrelinha do PT no peito e ia toda feliz votar no Joquei Clube. Era uma barato.
Meu pai também fazia todos os tipos de preparativos. Naquele tempo que as pessoas não podiam nem usar camiseta declarando seu voto para este ou aquele candidato meu pai dava um jeito de burlar as regras. Vestia as três filhas pequenas com vestidos vermelhos, fazia tiaras de estrelinhas e saíamos todos para votar. Quem é que ia barrar três criancinhas lindinhas na entrada da seção eleitoral?
Na eleição de 89 fizemos várias estrelas, pintamos com gliter vermelho e colamos no meio da rua, várias subindo a ladeira desde casa até a esquina, elas brilhavam com o sol...
Por sinal, eleição sempre foi um dia ensolarado na minha cabeça... tá, peguei alguns pés d'água, mas a lembrança é de sol...
Depois é gostoso ficar acompanhando os resultados, a pesquisa de boca de urna... Por sinal, emocinante a eleição no Paraná... credo, eu é que não queria ser paranaense ontem, que que foi aquilo? eleição disputada voto a voto, que nervoso.
E quando saiu o resultado da eleição presidencial e o presidente fez seu pronunciamento, confesso que fiquei emocionada mais uma vez. Claro, nem tanto quanto há quatro anos, mas fiquei feliz, fiquei otimista, achando que as coisas vão dar certo.

Oct 23, 2006

Juro que pensei que fosse mais fácil escrever. Puxa vida, passo mais da metade do meu tempo falando sozinha dentro da minha cabeça, criando mil e um diáogos, pq é q é tão difícil escrever???
Talvez seja pq são tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo que nem dá tempo de processar tudo e digitar.
Semana passada foi foda.
Fui prum congresso que tava juntando dinheiro pra ir desde o ano passado. Previsão de 11 horas de viagem, na prática, 15, mas quem tá contando? Chegar e encontrar meus amigos que eu amo tanto e que vivem tão longe de mim... tão bom... sentia tantas saudades que nem cabia mais em mim...
Engraçado é que parece que a saudade não passa, a gente se encontra, fica tão tranquilo junto e depois fica vazio longe. Não sei se faz sentido, mas fica faltando uma lasca. O coração fica tão pequenininho, com uma vontade de não voltar pra casa... sensação de estar no lugar errado...
A cabeça voltou à milhão, tanta coisa acontecendo no país, tanta lei sendo aprovada, perspectivas de trabalho com habitação... ver os amigos trabalhando com planos diretores, encabeçando equipes, agitando muito... foi tão gostoso. Fiquei tão feliz por eles!
Voltei com borboletas na barriga, agitada (inspira, expira, conta até oito... mais uma vez... mais calma...)!!! Doida de vontade de fazer mais do que tô fazendo.
Não entenda errado, não estou parada, só acho que dava pra fazer mais.
Cheguei de volta e nem deu tempo de ficar aqui. Pai pede socorro, filha corre pra socorrer, claro!
Quatro dias de presidiária chinesa, colando folhas de ouro quase transparentes em painéis pra um casamento (brega??? imagina!!! vai ficar lindo!!!)
Hoje sinto partes do meu corpo que fazia tempo que não sentia (não aquela continua sem uso, para meu desespero! ahhaha), devo ter crescido uns dois centímetros de tanto alongamento. Depois vou medir!
Mas eu tava meio chateada semana passada, mais um motivo pra não sentar e escrever. Na quinta fez dois anos que meu vô morreu... Ai, noooossa, vô é velhinho, nem é tão triste assim morrer... mas é que ele faz falta... ele cuidava da vó, ele fazia a oração antes da refeição, ele contava histórias que ele tinha pesquisado, ele era sério e quando contava piada elas ficavam mais engraçadas por causa disso, ele cuidava do jardim e ele era o único homem da casa. E eu não tava aqui pra abraçar minha vó...
Mas já passou, hoje tá tudo bem.

Oct 10, 2006

Estou pensando sobre os bondes... sobre quando eles partem e a gente perde.
Já perdi uns.
Uns, um tanto bom de bondes perdidos. Até corri atrás de alguns, mas depois que o bonde pega velocidade, não tem mais como alcançar.
É até meio triste ver o bonde partindo, ficando pequeninho lá no horizonte, e você só olhando enquanto ele toma distância, para em outros pontos.
Vez ou outra ele se confunde com uma névoa e a gente nem sabe se era mesmo aquele bonde que queria pegar. Não importa, o coração fica apertado igual!
Mas fiquei pensando sobre isso por culpa de um bonde que não perdi, dessa vez eu que estava nele, e fiquei acenando da janela... Sabe aquele aceno "por que você não corre mais rápido pra alcançar o bonde?"? Esse mesmo.
Também é triste...
Será que esse bonde deveria ter esperado mais um pouco no ponto?
Mas se o passageiro estivesse realmente interessado na viagem ele se adiantaria, ele estaria preocupado com os horários de partida do bonde, não estaria?
estou confusa... muito confusa...
O que importa é que agora já foi...
E o coração de viajante fica apertaaaado pelas pessos que ficam pra trás.

Oct 8, 2006

"Os opostos se distraem
Os dispostos se atraem"
Roubei de Realejo, música de Danilo Souza e Fernando Anitelli do Teatro Mágico e eles devem ter roubado de outro lugar, pq tem aspas na música...

Oct 6, 2006

Tagarelice: S. f. 1. Costume de tagarelar. 2. Modos de tagarela. 3. Dito indiscreto; indiscrição.

Enrolei um tempão pra criar o blog.
A primeira idéia era montar com Di, minha amiga, minha sócia, minha madrinha querida; mas boas de bico que somos, não montamos. A principal desculpa era a falta de um nome.
Esta semana as desculpas acabaram. Cada uma criou um, assim, temos uma garantia de visita (eu leio o dela e ela lê o meu...). Nossas correspondências abertas ao público, já que por um tempo não poderemos tagarelar todo dia ao vivo como fazemos há quase dois anos. Assim, quando formos velhas e famosas, nossas cartas já estarão publicadas, os pesquisadores terão menos trabalho pra entender nosso perfil ao analisar nossas obras.
Já vou pedir desculpas pelas indiscrições, várias, que serão publicadas aqui. Pois é, conversa de buteco mesmo! Cartas escritas com uma lata de cerveja bem gelada numa das mãos enquanto conto as mais recentes aflições.
Hoje ela marcou a passagem, acabou de comprar, e estamos aqui, uma de frente pra outra fingindo que não vamos começar a chorar daqui a pouco...
Já fizemos reuniões aqui no escritório, como que nós três restantes sobreviveremos aos próximos 4 meses, já saímos pra beber, já choramos cantando no buteco... vamos fazer isso toda noite até a hora do embarque.
E já tô tagarelando mais do que devia...
coração apertadiiiiiinho...