May 30, 2007

Queria falar sobre cheios e vazios. Primeiro sobre o vazio.
Do vazio que se estabelece depois de rompimentos, que é fim, e que é preparação do terreno pra situações novas. É incômodo, é pentelho, não dá chão, nem colo, é incontrolável, não adianta ir contra, têm que se entregar pro vazio... um dia o oco cansa e se deixa preencher.
Aí que começa a parte gostosa.
Mas não vou mais me aprofundar sobre o vazio, porque apesar de reconhecer sua importância, não gosto dele.
Numa aula de estruturas na faculdade de arquitetura o professor tentava explicar como funcionavam os agregados do concreto, que a areia preenche o espaço entre os pedriscos, que por sua vez preenche o espaço entre as britas nº1, as nº2 e por aí vai, até que se acrescente o cimento e a água que vão ocupar os últimos pequenos espaços que sobraram pra fazer tudo virar uma coisa só. E depois da cura ele é estrutura.
À estrutura somam-se a vedação, as entradas de luz, de ar, as passagens, os locais de ficar um pouquinho e os de ficar muito tempo... E recomeça a lida de preencher os espaços, pra trazer aconchego, calor e refresco, a impressão da personalidade, a adaptação aos jeitos de usar, os móveis, os tapetes, toda a firula, que são elementos mutáveis, que se acumulam ao longo do tempo, que podem sofrer reformas, receber pinturas novas e luzes diferentes.
Essa parte, o preenchimento do vazio, que é a mais gostosa, é recompensa pelo tempo da cura.

May 29, 2007

Ô santa falta do que fazer... já baixei todas as músicas que queria, já escrevi todos os e-mails atrasados, já xeretei o orkut de todos os conhecidos e dos conhecidos deles e agora, antes que resolva cometer o maior dos crimes internauticos (não ô, pornografia não, né?!) resolvi entrar aqui e exorcizar a vontade.
Escrever melhora tudo... melhorou a cólica da sexta, porque não resolveria agora.
O que desencadeou minha vontade criminosa foi avacalhação da produção de Grey's Anatomy que passou três episódios tentando matar a personagem principal.
Eu sei que não se mata personagem principal, muito menos a personagem que dá nome à série, que às vezes eles são colocados na geladeira um pouquinho pra baixar o salário milionário, ficam um ou dois episódios como figurantes, mas não saem de cena... Agora, precisa fazer a gente sofrer tanto assim??? A ponto de pensar em baixar na internet o próximo episódio, só pra acabar com angústia da semana de espera?
No primeiro dos três episódios da enrolação a mocinha tenta se afogar na banheira e é salva pelo lindíssimo namorado herói, no final ela é atirada ao mar depois de socorrer um ferido duma explosão da balsa e a única testemunha da queda é uma menininha catatônica que estava com ela. Uma semana sofrendo com o possível afogamento da protagonista. Segundo episódio: o herói vê a menininha sozinha e pergunta pela namorada, a menina aponta pro mar e ele pula pra salvá-la, como se já não bastasse a semana inteira dentro da água, o resgate da moça azulzinha só acontece lá pela metade do episódio. No final, toda a equipe de cirurgia em volta da mesa com a moça azul toda entubada e sem pulso... piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii... uma semana ouvindo o piiii daquela maquininha que marca se o coração tá batendo ou não.
Ontem finalmente acabou... credo, que episódio mais tenso... todo fantasmagórico, cheio de personagens-pacientes que marcaram os momentos mais tensos... olhos lacrimejando do princípio ao fim. Xingos todo início de comercial. Pra quê pausa nessas horas??? "ela não vai morrer, eu não vou deixar morrer a filha da Ellis Grey" "manhê, eu quero fazer cocô na casa do Pedrinho!" afff

May 28, 2007

Eles finalmente lançaram o videoclipe. Tão lindo quanto a música.
Terminei de assistir agorinha mesmo e tive que criar o link:

Clique aqui
Tô falando daqueles caras que passei o mês de janeiro inteiro comentando sobre o CD novo, Lasciva Lula, banda que tá linkada aqui ao lado e que merece uma visita internautica.
O clipe foi dirigido por Bernardo Jucá e com participação do ator Guilherme Winter (lindo também), "Pra matar a fome" é a primeira música do cd "Sublime mundo crânio" a ganhar videoclipe, o que significa que outros virão...

Lindos, lindos, lindos

May 25, 2007

Querido, precisamos conversar. Não dá mais pra ficar assim. Não gosto de ser maltratada e você sabe disso. Já estamos nessa situação há quase 15 anos e você ainda não se acostumou?
Eu entendo teu ponto de vista, mas discordo dele. Já conversamos sobre isso antes... milhares de vezes... Sei que se prepara durante todo o mês e que sou eu que não colaboro no final, mas você tem que entender que não será agora, nem será tão logo.
Pense, hoje, pelo menos, não te engano mais como te enganava antes. A situação já foi muito pior pra você.
Particularmente, neste aspecto eu gostava mais daquela situação, mas não vou entrar no mérito agora. O que importa é que hoje meus deslizes são muito raros, e você tem essa trabalheira toda à toa, sem nenhuma ação minha que te leve a pensar que deveria fazê-lo. Então, porque me atormenta agora?
Já não basta esse frio que congela meus ossos, que resseca minha pele, que faz meu pulmão respirar com dificuldade ainda vem você piorar toda essa situação. Por favor querido, pare.
Entenda que não sou a única culpada aqui, a situação econômica do país também não colabora, a profissão que escolhi tem uma média de 5 anos de trabalho antes da estabilidade financeira, e ainda precisarei de muito tempo de treino antes de poder usufruir dos preparativos que faz pra mim. E precisarei de boa companhia pra isso, não só para o treino, mas principalmente pra quando decidir usá-lo de fato. E essa parte é bem difícil, não tem nada a ver com você, meu bem.
Então, aquiete-se, pare de me pressionar.
Pare com essas contrações malditas, que esqueci o atroveran em casa!!!

May 23, 2007

O copo plástico branco de 400ml vazio e pisoteado era a única testemunha do ocorrido...
Tinha sido pivô do desentendimento e jogado ali no chão sentia-se cheio de culpa. Não era culpa dele, pobrezinho.
Pouco tempo antes estava ele, todo feliz, cheio do líquido amarelo gelado com bolhinhas e uma camada de dois dedos de espuma que cobria tudo. A boca tocava sua borda e bebia com gosto seu conteúdo. Largos goles que matavam a sede e agradeciam o presente.
Afastada, no outro canto do salão, a moça observava e sorria. As covinhas das bochechas denunciavam seu contentamento.
Parou de sorrir ao ver o copo vazio foi arremessado ao chão. O copo sentiu o olhar desapontado da moça acompanhar sua queda e depois partir.
Achou que era culpa dele, fosse de vidro estaria sobre o balcão, a boca que bebia dele talvez pedisse por mais um pouco da bebida gelada. Talvez o levasse pra passear pelo salão de volta às mãos da moça... Ele gostaria disso, gostaria de estar completo novamente, com a camada de espuma suave e as bolhas que estouravam refrescantes em seu interior...
Agora estava lá no chão, no meio do salão, sendo chutado pelos pés dos dançarinos.
Teve tanta esperança ao ser escolhido dentro da pilha de copos. Puxado de dentro do saco, sacado como uma arma, colocado no balcão e servido por uma garrafa de vidro marrom cujo conteúdo gelado lhe dava tanto prazer. Imaginara grandes aventuras naquela noite em que saía pela primeira vez de sua embalagem, ainda não conhecia sua vulnerabilidade, sua condição descartável.
Deixou as mãos da moça acompanhado de um pedaço de papel e foi levado, em seu primeiro grande vôo cruzou a pista até àquele que sorveria o fluido de seu interior.
Já acompanhava o flerte desde o início da noite com o bar ainda vazio, sonhava sair logo do invólucro e participar da ação. Viu a troca de olhares, os acenos com a cabeça, o cochicho de um lado e de outro nas rodinhas de amigos. Torcia pelo desfecho feliz, pela sua participação especial na história. Nunca imaginou que seu tombo traria a desilusão da moça... Que infeliz a sorte do pobre copo.

May 22, 2007

Na semana passada, só porque não tava com tempo pra chegar perto do computador, tinha mil coisas pra escrever aqui.
Deu branco.
Deve ser essa gripe. Gripe dá amnésia também, ou só dor no corpo, nariz pingando e um pouquinho de febre?
Vou seguir conselhos dum amigo meu e ficar só chá de gengibre enrolada no cobertor, até a memória voltar ou a fantasia tomar o lugar dela.
Histórias escritas sob efeito da febre são ótimas, completamente surreais... vou ver se consigo lembrar de alguma delas quando acordar...

May 21, 2007

Olhares me intrigam.
Vez ou outra cruzo com uns que quebram minhas pernas, que retêm meus pensamentos por muito tempo. (lembrando que a moça ligada em 220 não fica com uma só coisa na cabeça por muito tempo nunca)
Gosto desse jeito de olhar "vou conquistar o mundo" (sem confundir com o olhar "sou dono do mundo" que provoca asco), desse brilho aventureiro, que não se importa com o tamanho do desafio. A sorte tá lançada, então tá, vamos, pra que parar, pra que medo?
E daí que os obstáculos são grandes? Passa-se por cima, ou por baixo, como der...
É difícil, mas tem um jeito, se ninguém descobriu ainda, descobriremos nós.
É um olhar que fala mais. Fala mais que o meu ou o teu, porque é ele que fala primeiro. Fala mais que o corpo, fala o que pensa no brilho não no som.
Está além, atravessa, deixa sem fôlego.
Devia ter conversado mais. Aproveitado mais desse brilho que tão raras vezes passa por mim, devia ter deixado o povo passando fome e ficado lá, aprendendo a conversar com os olhos e as mãos. Sugado essa energia de quem sonha e corre atrás dos sonhos.
O horizonte tá tão mais longe que o dedão do pé, no entanto parece tão mais curto o caminho pra chegar lá.
Pelo menos mais divertido.

Tava lendo uma coluna outro dia que me fez pensar sobre o trabalho das balconistas de rodoviária, sobre o poder que elas têm sobre nossas vidas e como não fazem nada com ele.
Quantas histórias você já ouviu obre pessoas que conheceram alguém muito legal num ônibus de viagem?
Eu só ouvi duas e olha que meus amigos viajam bastante. Também viajo bastante e te garanto que minhas madrugadas na estrada teriam sido muito mais agradáveis se ao meu lado estivesse sentado moço bem do bonitinho, cheiroso e com um bom papo. Talvez até esquecesse do frio do ar condicionado, da fome, do banheiro da parada que não dava pra usar...
Mas não, nunca me deram esse prazer.
Tá subindo aquele cabra que acabou de tomar uma pinguinha pra relaxar na estrada? É dele a poltrona ao meu lado. Posso apostar que ele ronca, e que no meio da noite vai achar que meu ombro é travesseiro.
Custa prestar atenção na fila e evitar esse tipo de constrangimento, custa???
Se parassem por apenas dois segundos para observar os passageiros poderiam traçar perfis muito rapidamente e não diminuiriam a velocidade da fila fariam um bem aos clientes e ainda diminuiria a incidência de reclamações de viagem...
Eu, no lugar delas não resistiria à bisbilhotice de me meter na vida dos outros, ficaria imaginando os casais formados. Um dia ainda pararia uma dupla cobrando meu lugar como madrinha no altar do casamento.

May 18, 2007

8:30 da manhã, atrasadésima, tanque vazio. Paro no posto.
Completa com álcool, por favor.
O que você acha do preço do álcool?(a mulher com um microfone gigantesco e uma câmera ligada apontada pra mim. A falta de maquiagem e o cabelo sem pentear nessas horas me deixam muito incomodada...
Acho um absurdo! Ontem paguei 6 conto numa dose de cachaça! Não tem cabimento uma coisa dessa!!!

May 14, 2007

afff que canseira!
Segunda feira mal começou e já tô cansada?
Cansada do final de semana, e da semana passada também... Tô achando que em duas semanas eu consigo descansar, se não cair doente antes, claro.
Tô reclamando de trabalho não, pode vir mais até! Mas pelo menos no final de semana eu queria poder dormir um tiquinho... ou, pelo menos, fazer as coisas que programo na minha cabeça.
Este final de semana tem muitos culpados pelo fracasso.
Todo primogênito sabe que as bombas familiares são suas, que é sua responsabilidade desde o nascimento apagar o fogo e curar os feridos. Eu não fujo à minha responsabilidade!!!
Acontece que, se são mais duas na história, bem que podiam dividir um pouquinho comigo ao invés de aumentar o peso, não?
Mamacita está enlouquecida na semana de um congresso que organiza há um ano.
Palestrante internacional chega, tem que providenciar almoço pra um monte de gente, ficar uma hora na fila do restaurante enquanto não chega a turma toda, organizar os pedidos, pedir cardápio em inglês e ainda ser capaz de falar inglês depois da caipirinha e da cerveja... A conta quilométrica gerou ataques de riso à noite depois que o susto passou.
A comissão vai ficar hospedada em nossa casa? Precisa de colchão, lençol, travesseiro, comida, faxina, chuveiro queimou? Chama a Lau que ela arruma tudo... E a Lau só se f***
Minha programação pra noite de sábado era: comer waffles que minha irmã ia fazer pros amigos e ir pro lançamento dum livro aqui pertinho de casa. (recebi do meu pai por e-mail o convite pro lançamento, o que gerou uma série de e-mail dignos de Alzheimer)*¹. Nada de muito exagerado, nem que precisasse de muita energia, certo?
E se minha energia não tivesse sido roubada num único comentário destruidor minha noite teria sido exatamente assim. Mas depois achei que ficar em casa chorando num sábado à noite era um programa bem razoável.
A grosseria veio gratuita e dum canto que não esperava de jeito nenhum. Não sei dizer se foi só grosseria, pra mim, na hora, foi mesquinharia... só sei que engoli o choro tempo suficiente pra deixar a sala e ir sentar no colo da minha mãe no escritório. E depois disso não queria fazer mais nada. Peguei minha camisola, minha pantufa, meu cobertor bem quentinho e sentei na frnte da Tv hipnotizada com os olhos bem vermelhos e inchados.
Pode parecer exagero meu quando o comentário for lido, mas têm que se considerar todas as variáveis descritas acima e mais uma: todas as minhas festas contam na lista de convidados com pelo menos meia dúzia de amigos de cada irmã, mesmo que eles não venham, mesmo que elas não convidem, eu já conto que elas provavelmente vão querer outras pessoas pra conversar... Qual foi o comentário que gerou tudo isso? "Da próxima vez que você for convidar alguém, me avise antes!"
O quê? Eu tenho que avisar antes que vou chamar 3 amigas (minhas melhores amigas, minhas sócias, praticamente irmãs siamesas) pra tomar uma cerveja e comer um pedaço de wafle na minha casa??? Preciso lembrar que minha irmã vem pra casa uma ou duas vezes por mês?
Fiquei puta, me senti excluída, me senti uma leprosa... uma dessas pessoa que só tem amigos chatos... meus amigos não são chatos, eles são muito legais, tá?!!!
Depois eu descobri uma coisa importante que me deixou menos triste: o problema são os amigos dela, não os meus. Os meus amigos são pontuais, os dela não. Então, minhas amigas chagariam às 8:30, como combinado, e os amigos dela chegariam 10:30, como chegaram, e ela ficaria com cara de tacho... Fez sentido? Na cabeça dela fez.
(mas ficar em casa sábado à noite não é um bom programa!)

Voltando pra sessão Alzheimer, meu pai mandou um e-mail com um convite, que tenho cá comigo que ele não leu. Respondi toda encafifada e achando um barato mais uma coincidência (já que o autor é daqui e eu lia os textos dele muito antes de saber disso): o convite era pro lançamento dum livro de uma cara que escreve uma coluna que eu tenho link aqui no blog, e claro que pensei que meu pai conhecesse fulano. Mas ele não conhecia e não entendeu nada do meu e-mail, até comparou minhas ligações de temas com minha vó... sacanagem... dois e-mails depois nos entendemos: ele conhecia o ilustrador, eu conhecia os textos do autor... mas o livro mesmo nenhum de nós viu.

May 10, 2007

Já tive sérias crises com Campinas, queria ir embora daqui a qualquer custo, pedir o divórcio pra não mais voltar. Achava impossível ter uma vida plena sem conseguir chegar a lugares. Sair à noite era missão dificílima pra uma adolescente que dependia de transporte público (mamãe não era daquelas que levava e buscava de madrugada, nem eu daquelas que pedia que ela fizesse isso). Por muito tempo restringi minhas saídas às rondas noturnas de BG. Quando fui prestar vestibular, pra desespero de minha mãe, prestei São Paulo e Floripa como favoritas e Campinas pra desencargo de consciência e pra ela ficar menos brava (afinal, seria a primeira vez na vida que ser professora de uma instituição daria uma bolsa de estudos pra alguma das filhas). Claro que só passei aqui, e fiquei. Mas aí as coisas já estavam diferentes, a carteira de motorista no bolso, amigos motorizados e que conheciam muito mais da cidade. Péssimo isso, mas que a locomoção motorizada individual mudou minha rotina notívaga, mudou, e Campinas é uma cidade de estradas, pra qualquer canto que vá é mais fácil ir pela estrada. (Entroncamento de rodovias que coloca Campinas no centro da rota de tráfico e roubo de cargas do país) No segundo ano da faculdade veio a aula de urbanismo e com ela o desenvolvimento de um carinho muito grande pela minha cidade. Foram tantos mapas desenhados do centro, o Prestes Maia tentando trazer a modernidade à Campinas com seus planos de tráfego, as novas avenidas que rasgaram a malha urbana, as rótulas e contra rótulas, assim comecei a entender a lógica das ruas e dos bairros, aprendi novos caminhos, e, muito observadora, conheci novos bares, outros lugares... Conhecer a histórias dos cantos deu significado pra eles, não eram mais praças de uma cidade que não era a minha, eles passaram a ter peso, a ter personagens e a sofrer com as mudanças também. E naquele momento eu já era metade Paulistana e metade Campineira.
Fui fazer minha lista e tive que fazer duas, uma de BG e outra de Campinas...
Lá vai (antes que mude de idéia ou resolva incluir mais mil pontos queridos):
BG:
1. O Empório do Nono, ou como diz um amigo de minha mãe "o melhor barzinho do hemisfério Sul". Querido bar que abre às segundas-feiras pra um belo choro, cerveja gelada, atendimento carinhoso, e comidas que deixam salivando só de lembrar... 2. A Praça do Coco. O tiozinho que tinha uma Kombi cor de laranja de garapa e água de coco começou a cuidar da praça onde estava instalado, foi colocando mesinhas, cadeiras, fazendo canteiros em volta das árvores... depois ganhou alguma concessão de uso ali e pode instalar um quiosquinho que virou ponto de reunião duma ONG e uma feirinha de badulaques aos sábados. Melhor lugar pra tomar garapa no final da caminhada ou de ressaca aos sábados de manhã. 3. A Fazenda Rio das Pedras. Quando éramos pequenas, logo que mudamos pra cá, invadíamos a fazenda todo final de semana pra andar lá dentro e ver os cavalos. Era uma delícia. Lembro bem do bambuzal que até hoje faz parte dos cenários das histórias que invento na minha cabeça. As estradas de terra que rodeavam os cercados dos cavalos eram nossas pistas de corrida. Sem contar que o gosto de contravenção de invadir uma propriedade tão grande era bem gostoso. Pena que o capataz da fazenda, armado com uma espingarda, nos pediu gentilmente que não mais usássemos aquele espaço pras nossas caminhadas. Observação bucólica... digna de início de romances de José de Alencar (modeeeeeesta) 4. O Observatório a olho nu da Unicamp. Grande desafio na adolescência era chegar ao observatório de bicicleta sem descer dela e antes dos meninos (nunca consegui...) e depois descer sem apertar os freios com o vento batendo no rosto. A descida mais gostosa foi durante uma chuva torrencial, eu e mais dois amigos totalmente encharcados curtindo a chuva... Delícia de lugar lindo... 5. Minha casa, as festas de casa, o quintal de casa, as cachorras de casa, mamacita, minha parede com pintura nova e cheia de quadros, as jabuticabeiras que ficam assanhadas cheias de flores...
Campinas:
1. Estação Cultura, o nome é pedante, eu sei, mas o lugar é lindo e eu gosto dele desde antes do nome. É a antiga estação de trem da Companhia Paulista de Estradas de Ferro (a FEPASA) e lá dentro, em algum papel ou quadro de funcionários tem o nome do meu bisavô. Vovó adorava contar que ele tinha sido chefe da estação, ficava toda orgulhosa falando do pai, era um barato. Mas meu carinho pela estação não é só por causa da família, e porque ela é lindinha mesmo, é por uma lembrança dum evento que organizamos durante a faculdade no qual hospedamos 1200 estudantes no pátio da estação só pra falar de arquitetura e da cidade de Campinas por quatro dias. Carinho enorme por aquele ano de organização e pelos dias de reunião. 2. O Largo do Carmo cercado de bares. Eu gosto da configuração do negócio, não de um bar ou outro. Gosto da praça e das mesas e cadeiras e da gente e da cerveja que se espalham por ela... Gosto da diversidade lá, não musical, da diversidade de tipos... Na verdade o largo do Carmo (oficialmente tem nome de Praça Bento Quirino) é o do outro lado da rua , o da Igreja do Carmo, o que tem os bares não tem igreja (óbvio!!!) mas visualmente eles são a mesma coisa e que eu saiba ninguém diz "vamos tomar uma cerveja lá na Praça Antônio Pompeu?". A praça é lugar histórico da cidade, é onde foi celebrada a missa inaugural, é onde funcionaram o paço municipal, a cadeia e tudo o mais, e é também onde está enterrado o Maestro Carlos Gomes (aquele mesmo, compositor de O Guarani). Sim, eu tomo cerveja ao lado de um túmulo e não sou gótica nem tenho tendências pra esse tipo de comportamento. Pitoresco, mas divertimento garantido. Mas o que eu mais gosto é que esse negócio de tomar cerveja sentada no calçadão, que me lembra dos chopes no centro do Rio, das ruas fechadas pelas mesas e o monte de gente fazendo o happy hour por ali sem se importar com a chuva fina antes de voltar pra casa. (ops, era pra falar de Campinas, não do Rio, né?) 3. A Praça Carlos Gomes. Essa não tem bar. Tem coreto. E não tem o túmulo do Carlos Gomes, que está na Praça Antônio Pompeu, mas tem um busto de Tomás Alves e outro de Rui Barbosa. Tem também um coreto e uma fonte num laguinho. Gosto dela pelo paisagismo, acho uma praça bonita, e só. Ela fica na Irmã Serafina, avenida que depois vira Anchieta e tem palmeiras imperiais dividindo as pistas. Acho engraçado o som ambiente. É isso mesmo, a praça tem som ambiente e a maioria das pessoas que passa por ela nem repara porque ela fica no meio de uma muvuca danada de carros e ônibus. Eu só percebi o som quando comecei a usar a praça de modelo pros meus estudos de desenho de observação. Ficava horas lá sentada desenhando os titãs que carregam o coreto nos ombros, as árvores, as pessoas que passavam... só parei de usar a praça quando fulano sentou ao meu lado e ofereceu uns trocados por um "pograma". 4. Giovanetti5. Pronto, beberrona oficial agora, mais um bar na lista... e dos caros(pro meu poder aquisitivo atual, ok?!)... mas é que... é que é um bar onde comemoro meus aniversários (sem sustos pra quem nunca comemorou aniversário meu lá comigo, é uma tradição minha e duma amiga), era o lugar de fuga das amigas pra falar bobagem logo que pudemos tomar chope legalmente. E é lá que os garçons me parabenizam por fazer dezoito anos todo ano. Mas a rede Giovanetti é tradicional da cidade também, todo turista tem que ir a um deles, preferencialmente nos do centro da cidade, porque esse negócio de ficar bebendo em shopping não tá com nada. Nem eles devem gostar disso, das quatro casas, 3 estão no centro e uma no shopping, das três eles colocam foto linda da fachada do prédio, a única só com foto interna é a do shopping... eca! Ah, e ainda tem o Beethoven, são bernardo símbolo da marca, fofíssimo que fica passeando pela loja em alguns momentos... 5. O Centro de Convivência Cultural com sua feirinha de cacarecos (desculpem-me, não vou chamar de artesanato!), com o palco do anfiteatro que seria maravilhoso para shows se não fosse no meio de área residencial, os tipos esquisitésimos que frequentam a feira e os bares em volta, a molecada adolescente que anda de preto e só compra colar de semente e brinco da feira pra colocar nos vinte furos que têm na orelha (eles vão descobrir que isso passa e que é por essa certeza que os pais nem ligam mais pro visual montado para incomodar). De todas as barracas, a que mais gosto, mesmo, sem sarcasmo agora, é a do cara natureba, putz, como eu gosto da comida dele... e o suco de maçã? o melhor suco de maçã! A torta de arroz integral com espinafre... ai, agora deu fome... vou dar uma passadinha lá amanhã só pra matar a vontade. Pior é que ele não vende uma bandeja inteira pra trazer pra casa, tem que comprar picadinho...
(Meu lado natureba existe e tem dias que ele aparece doido por uma soja!)
Agora um lugar que odeio, só pra destilar o veneno.
O tal do Shopping Parque Dom Pedro. Nome pomposo, arquitetura de revirar o estômago, mau gosto do mau gosto do mau gosto. Entupido de gente apesar do título de maior da região (acho que já perdeu o título de maior da américa latina e do estado do qual se gabava tanto). O que mais me incomoda nele agora que os problemas de enchentes em Barão que ele causou foram solucionados? Os bares e boates dentro dos muros. Muros me incomodam muuuuito, condomínios, cancelas e guaritas infernizam minha vida, mas acho o ó ir pro shopping pra dançar em uma das cinco boates porque é mais seguro. Afh. Shopping, do inglês, "comprando". Ou seja, não é lugar de confraternizar, de flertar, é lugar de comprar. Bar em shopping é demais pra minha paciência. Depois falo mal dos condomínios... depois.

May 9, 2007

vinte mil coisas ao mesmo tempo, muita informação nova, pensamento a milhão e eu sem poder usar o computador à noite quando todas as informções estão mais frias e passíveis de virar texto.
Coisa número um: o post sobre Campinas tá nos rascunhos, ainda não saiu por falta de tempo só com ele. A lista aumentou e precisou de nova divisão pra fazer algum sentido na cabeça de outra pessoa que não fosse eu mesma. Ainda não desisti dele.
Coisa número dois: minha querida Virada Cultural. Triste pra caramba ver a principal notícia sobre a Virada ser aquela pancadaria na Sé. Claro, triste o fato. Triste as lojas saqueadas e destruídas, triste os orelhoes, as caixas de correio, os vasos de concreto, as bancas de jornal que estavam no meio do caminho dos vândalos (seja lá quem forem...). Mas não pode ser essa a única notícia sobre a Virada. (Só pra constar: fiquei triste, mas muito triste mesmo que não teve Karnak. Muito triste demais da conta)
O negócio, na minha cabeça, é que a Virada ainda é o melhor evento da cidade. ponto.
Finjo que não estou velha e finjo que gosto de muvuca.
Suporto a superlotação, a sujeira nas ruas, os banheiros químicos ou sujos nos bares abertos, o cachorro quente com duas salsichas por um real, o melzinho de metro (sabeDeusporondepassou), e morro de prazer em ver tanta gente curtindo os shows mil acontecendo por toda a cidade.
Minha programação (antes de chegar lá e morer de canseira) era variadíssima e um tanto psicótica talvez. Passava de pop pra rock pra samba pra punk pra pop, voltava pra sampa, ia pra maracatu, um jazz pra descansar, voltava pro pop e ia ao teatro.
Coisa numero três: eu tô assim mesmo, sem fazer sentido, sem dormir, sem parar, comendo pra compensar, com um frio danado porque as roupas de inverno ainda cheiram a guardado e não tive tempo de lavar nada...
Coisa número quatro: voltamos pra idade média? (depois vem um post sobre querido Bentinho...)
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