Fala sério!!!
Tem um projeto de lei que tava acompanhando por que gostei muito quando li a proposta. Na verdade só agora que descobri que ele também tinha sido apresentado na Assembléia Legislativa do Estado, tava triste que a medida era só pra cidade de São Paulo...
Foi apresentado na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo pelo deputado estadual Simão Pedro o Projeto de Lei 216 de 2004 que tornaria obrigatória a instalação de bebedouros de água potável nas danceterias e casas noturnas do Estado de São Paulo.
Levante a mão quem nunca preferiu comprar uma outra lata de cerveja na hora da sede quando viu que o preço da água era o mesmo da cerveja?
Bom demais o projeto, não? Simplesinho de tudo...
Seria bom demais, se nosso querido governador não tivesse vetado.
Vetou por que mesmo? Porque instalar bebedouros vai CONTRA a política nacional de drogas, é mole? Anta!
Sugiro a leitura do texto completo do veto na página da Soninha, que fez a proposta na câmara de vereadores de São Paulo em Setembro de 2005, e da coluna do Gravataí Merengue que pelo menos ri da situação ridícula.
É pra ficar muito puta da vida com tamanha patetada do governador. Affe!
Feb 27, 2007
Feb 26, 2007
OSCAR 2007
Perdi feio no bolão de apostas...
Filme: Babel, perdi, quem venceu foi "Os infiltrados"
Diretor: Alejandro Gonzáles, perdi também, quem levou foi o Martim Scorsese
Ator: Will Smith, esse tinha coraçãozinho do lado, porque eu sabia que não ia levar. Como previsto Forest Whitaker ficou com a estatueta
Ator Coadjuvante: Eddie Murphy, que tava super bem, todo mundo achando que ia ganhar... quem ganhou foi Alan Arkin, de Pequena Miss Sunshine, que eu ainda não consegui assistir.
Atriz: Helen Mirren. Aha! Só eu acertei essa em casa! Pontos pra mim!
Atriz Coadjuvante: Jennifer Hudson. Mais pontos pra mim! Mas a Li roubou, mudou o voto (antes da premiação, mas mudou) e também pontuou.
Animação: A Casa Monstro... caramba, mesmo pessoal da Viagem de Chiriro, achei mesmo que fosse ganhar... Happy Feet teve mais votos...
Roteiro Original: A Pequena Miss Sunshine. Tá, todo mundo votou nesse, nem vale tanto assim o ponto.
Roteiro Adaptado: Pecados Íntimos com coraçãozinho ao lado... Os Infiltrados mais uma vez
Filme Estrangeiro:Dias de Glória. Voto completamente às cegas, não tinha assistido a nenhum deles e achei que seria legal torcer por um filme Argelino. Perdi! The Lives of Others, filme alemão levou o prêmio.
Documentário Curta Metragem: Recycled Life... gostei do título... minha mãe gostou do título que tinha mais sangue no meio The Blood of Yingzhou District e pontuou.
Maquiagem: Click. perdi. O Labirinto do Fauno ganhou.
Direção de arte: Piratas do Caribe, claro! É... ponto pro Labirinto do Fauno...
Fotografia: Dália Negra! Caramba, a fotografia foi tão comentada... Labirinto do Fauno mais uma vez
Edição: Babel. Errado! Scorsese mais uma vez com Os Infiltrados.
Figurino: Dreamgirls com aqueles vestidos brilhantes de sereias... Maria Antonieta levou... aff, filmes de época!!! (eu sei que é Sofia Coppola, mas e daí?!)
Trilha Sonora: Babel. Ahá! mais um ponto pra mim...
Canção: Listen. Puxa vida... 3 indicações de canção e nada de prêmio? E aí ganha o prêmio o documentário??? muito estranho, muito estranho...
Som: Piratas do Caribe!!! Pô, segundo filme da trilogia sendo indicado? Vai ganhar, claro!!! ou não! As Dreamgirls levaram.
Edição de som: (confesso que sempre me confundo... quer dizer, não tenho a menor idéia de como diferenciar uma coisa da outra na hora de votar, mas quando veja na cerimônia o nome correto e completo sem tradução bato a mão na testa "putz") A Conquista da Honra! Claro que filme de guerra tem que ganhar... ganhou, o outro, do mesmo diretor e mesma equipe, mas o que eu não tinha votado.
Efeitos visuais: Piratas do Caribe, com coraçãzinho "Ó-B-E-V-E-O"!!!! Iei, mais um pontinho valendo por dois!!!
Documentário de longa metragem: Uma Verdade Inconveniente. Mais um ponto!
Curta: Helmer & Son, chute mesmo, sem a menor idéia do que se tratava... muito arrependimento quando vi os traileres, teria votado em West Bank Story, que ganhou.
Animação de curta metragem: foi o melhor prêmio da noite: na hora da votação, não conhecia nada e escolhi o com o nome mais bonito "Danish Poet". A Li tirou um sarro danado da minha cara e não quiz mudar meu voto quando descobri que "No time for Nuts" era dum brasileiro, e pô, tem que torcer pelos brasileiros, mesmo os pagos em dólares. Quem que ganhou? hein, hein? "Danish Poet"!!! Glória!!! Muito bom ganhar da Li quando ela se fode assim... hahaha
Saldo da noite: 7 pontos, sendo um com coração e outro com sabor de vingança.
Perdi feio no bolão de apostas...
Filme: Babel, perdi, quem venceu foi "Os infiltrados"
Diretor: Alejandro Gonzáles, perdi também, quem levou foi o Martim Scorsese
Ator: Will Smith, esse tinha coraçãozinho do lado, porque eu sabia que não ia levar. Como previsto Forest Whitaker ficou com a estatueta
Ator Coadjuvante: Eddie Murphy, que tava super bem, todo mundo achando que ia ganhar... quem ganhou foi Alan Arkin, de Pequena Miss Sunshine, que eu ainda não consegui assistir.
Atriz: Helen Mirren. Aha! Só eu acertei essa em casa! Pontos pra mim!
Atriz Coadjuvante: Jennifer Hudson. Mais pontos pra mim! Mas a Li roubou, mudou o voto (antes da premiação, mas mudou) e também pontuou.
Animação: A Casa Monstro... caramba, mesmo pessoal da Viagem de Chiriro, achei mesmo que fosse ganhar... Happy Feet teve mais votos...
Roteiro Original: A Pequena Miss Sunshine. Tá, todo mundo votou nesse, nem vale tanto assim o ponto.
Roteiro Adaptado: Pecados Íntimos com coraçãozinho ao lado... Os Infiltrados mais uma vez
Filme Estrangeiro:Dias de Glória. Voto completamente às cegas, não tinha assistido a nenhum deles e achei que seria legal torcer por um filme Argelino. Perdi! The Lives of Others, filme alemão levou o prêmio.
Documentário Curta Metragem: Recycled Life... gostei do título... minha mãe gostou do título que tinha mais sangue no meio The Blood of Yingzhou District e pontuou.
Maquiagem: Click. perdi. O Labirinto do Fauno ganhou.
Direção de arte: Piratas do Caribe, claro! É... ponto pro Labirinto do Fauno...
Fotografia: Dália Negra! Caramba, a fotografia foi tão comentada... Labirinto do Fauno mais uma vez
Edição: Babel. Errado! Scorsese mais uma vez com Os Infiltrados.
Figurino: Dreamgirls com aqueles vestidos brilhantes de sereias... Maria Antonieta levou... aff, filmes de época!!! (eu sei que é Sofia Coppola, mas e daí?!)
Trilha Sonora: Babel. Ahá! mais um ponto pra mim...
Canção: Listen. Puxa vida... 3 indicações de canção e nada de prêmio? E aí ganha o prêmio o documentário??? muito estranho, muito estranho...
Som: Piratas do Caribe!!! Pô, segundo filme da trilogia sendo indicado? Vai ganhar, claro!!! ou não! As Dreamgirls levaram.
Edição de som: (confesso que sempre me confundo... quer dizer, não tenho a menor idéia de como diferenciar uma coisa da outra na hora de votar, mas quando veja na cerimônia o nome correto e completo sem tradução bato a mão na testa "putz") A Conquista da Honra! Claro que filme de guerra tem que ganhar... ganhou, o outro, do mesmo diretor e mesma equipe, mas o que eu não tinha votado.
Efeitos visuais: Piratas do Caribe, com coraçãzinho "Ó-B-E-V-E-O"!!!! Iei, mais um pontinho valendo por dois!!!
Documentário de longa metragem: Uma Verdade Inconveniente. Mais um ponto!
Curta: Helmer & Son, chute mesmo, sem a menor idéia do que se tratava... muito arrependimento quando vi os traileres, teria votado em West Bank Story, que ganhou.
Animação de curta metragem: foi o melhor prêmio da noite: na hora da votação, não conhecia nada e escolhi o com o nome mais bonito "Danish Poet". A Li tirou um sarro danado da minha cara e não quiz mudar meu voto quando descobri que "No time for Nuts" era dum brasileiro, e pô, tem que torcer pelos brasileiros, mesmo os pagos em dólares. Quem que ganhou? hein, hein? "Danish Poet"!!! Glória!!! Muito bom ganhar da Li quando ela se fode assim... hahaha
Saldo da noite: 7 pontos, sendo um com coração e outro com sabor de vingança.
Feb 25, 2007
Quando meu vô faleceu a Elzira comentou uma coisa que ficou na minha cabeça. Ainda estávamos em volta da cama dele, todas nós, de mão dadas chorando e o corpo dele ainda quente na cama. Elzira comentou, lembrando daquele último suspiro agonizante, que não devia ser fácil morrer, mesmo preparado como ele estava. Que se pra nascer a gente tem que passar por uma dor tão intensa, morrer deve ter mais ou menos ou mesmo grau de dificuldade.
E esse comentário agora é porquê?
Pela dor.
Pela transformação de mágoa em perdão.
Difícil né?
Mágoa cultivada por 6 anos, nascida de dor, de mentira, de abandono, infidelidade... Mágoa que corroía.
É difícil ter mágoa tão grande, ter dentro do peito uma tristeza tão grande por uma lembrança, não se capaz de sentir carinho por nenhum dos momentos vividos juntos, como se todos eles tivessem sido encenados, como se todos eles fossem mentira. E ela nasce de dor e cresce, cresce muito. Parece que não há alternativa a não ser a distância e as tentativas inúteis de apagar a memória.
Nada tão drástico como "brilho eterno de uma mente sem lembrança", porque dor serve também pra que se evite novos relacionamentos com o mesmo perfil.
Como é que se tranforma mágoa em perdão?
Também não é fácil.
São necessários amigos muito queridos te apoiando e exigindo a tua presença. É necessária uma dose extra de coragem, chá de camomila, um piscadinha com um sorriso pra foto, imaginar todas as piores variáveis da situação e pesar se é suportável ou não.
É o primeiro passo.
Conseguir estar no mesmo espaço físico e na mesma roda do causador de tal mágoa, ser capaz de cumprimentar sem ofensas também ajuda.
Devolver uma coisa importante que estava com você. A única cópia existente do CD que ele gravou, aquela com a composição que ele fez pra você na separação. Único ítem sobrevivente do ataque de fúria onde todas as cartas foram queimadas, todas as fitas gravadas foram destruídas.
Última lembrança de carinho e dor, porque a música faz chorar, mas é linda e merecia virar um grande sucesso...
Reencontro que já se inicia com lágrimas... mas não são mais lágrimas magoadas, já são mais brandas.
Mas a transformação ocorre dentro do peito em duas horas de choro compulsivo abraçados depois de um pedido de desculpas.
Pela primeira vez um pedido de desculpas verdadeiro, realmente arrependido, consciente de todas a dor que causou. Pedido de perdão que vem no olhar e na batida do coração, não só nas palavras, que um dia foram tão vazias e sabe-se que não terão tanto peso.
E os amigos preocupados em volta, olhando, cuidando, prontos pra interferir se necessário fosse. Queridos amigos... agora eu tô bem...
Seis anos de mágoa guardados, seis anos de choro abafado que puderam sair definitivamente do peito, soluços, gritos, rios de lágrimas... eu só precisava chorar.
Precisava ficar leve. Precisava tirar aquela dor antes que virasse tumor.
Agora eu tô tranquila, a mágoa virou perdão, e perdão é mais quente e gostoso de sentir do que ódio, ou mágoa.
Mas eu aceito abraços dos amigos queridos que eu amo demais... e obrigada por insistirem na minha presença no show (mesmo que não tenha tido tempo de falar... :P)
E esse comentário agora é porquê?
Pela dor.
Pela transformação de mágoa em perdão.
Difícil né?
Mágoa cultivada por 6 anos, nascida de dor, de mentira, de abandono, infidelidade... Mágoa que corroía.
É difícil ter mágoa tão grande, ter dentro do peito uma tristeza tão grande por uma lembrança, não se capaz de sentir carinho por nenhum dos momentos vividos juntos, como se todos eles tivessem sido encenados, como se todos eles fossem mentira. E ela nasce de dor e cresce, cresce muito. Parece que não há alternativa a não ser a distância e as tentativas inúteis de apagar a memória.
Nada tão drástico como "brilho eterno de uma mente sem lembrança", porque dor serve também pra que se evite novos relacionamentos com o mesmo perfil.
Como é que se tranforma mágoa em perdão?
Também não é fácil.
São necessários amigos muito queridos te apoiando e exigindo a tua presença. É necessária uma dose extra de coragem, chá de camomila, um piscadinha com um sorriso pra foto, imaginar todas as piores variáveis da situação e pesar se é suportável ou não.
É o primeiro passo.
Conseguir estar no mesmo espaço físico e na mesma roda do causador de tal mágoa, ser capaz de cumprimentar sem ofensas também ajuda.
Devolver uma coisa importante que estava com você. A única cópia existente do CD que ele gravou, aquela com a composição que ele fez pra você na separação. Único ítem sobrevivente do ataque de fúria onde todas as cartas foram queimadas, todas as fitas gravadas foram destruídas.
Última lembrança de carinho e dor, porque a música faz chorar, mas é linda e merecia virar um grande sucesso...
Reencontro que já se inicia com lágrimas... mas não são mais lágrimas magoadas, já são mais brandas.
Mas a transformação ocorre dentro do peito em duas horas de choro compulsivo abraçados depois de um pedido de desculpas.
Pela primeira vez um pedido de desculpas verdadeiro, realmente arrependido, consciente de todas a dor que causou. Pedido de perdão que vem no olhar e na batida do coração, não só nas palavras, que um dia foram tão vazias e sabe-se que não terão tanto peso.
E os amigos preocupados em volta, olhando, cuidando, prontos pra interferir se necessário fosse. Queridos amigos... agora eu tô bem...
Seis anos de mágoa guardados, seis anos de choro abafado que puderam sair definitivamente do peito, soluços, gritos, rios de lágrimas... eu só precisava chorar.
Precisava ficar leve. Precisava tirar aquela dor antes que virasse tumor.
Agora eu tô tranquila, a mágoa virou perdão, e perdão é mais quente e gostoso de sentir do que ódio, ou mágoa.
Mas eu aceito abraços dos amigos queridos que eu amo demais... e obrigada por insistirem na minha presença no show (mesmo que não tenha tido tempo de falar... :P)
Feb 20, 2007
Desculpem-me pelo sumiço, mas eu odeio o carnaval.
Eu me encaixo naquele bloco de pessoas que não suportam mulata sambando na TV 24 horas por dia, que não torcem por nehuma escola de samba, que tem tremedeira só de pensar em assistir a desfile.
Eu tampo o ouvido com o travesseiro pra não ouvir o infeliz do trio elétrico na avenida perto de casa.
Ala-la-ô o cacete!
Eu não aguento mais confete e serpentina grudando na sola do meu sapato.
Pior é que eu já assisti a todos os flmes que estão em cartaz (menos àqueles que eu não iria de jeito nenhum), ou seja, fugir pra sala escura com ar condicionado está fora de cogitação, mesmo com os descontos desta semana.
Tentei a piscina daqui de casa. Aproveitar um pouco do solzinho que deu as caras... protetor solar e um pouco de rock'n'roll... meditando tranquila, vivendo de luz, pensando em nada... até que começa a festa lá na vila!
E minha cabeça dói...
Meu fígado dói tambem. Não aguento mais cerveja, eu quero chá verde!
No último carnaval é que fui feliz... Gonçálves, ah que delícia... só montanhas e siriemas. Botei minhas leituras em dia, respirei ar puro, cozinhei... nada de batuques.
Tava lembrando de carnavais passados, quando acampávamos. Amigos queridos, macarrão feito na churrasqueira do clube, piscina, a rádio tocando a mesma seleção do rock'n'roll pelos 4 dias (colocaram a fita no repeat e sairam pra sambar), a chuva que inundou umas barracas, o vento que levou as outras e a gente amontoado na única que ficou inteira.
Mas já vai acabar... já vai acabar... falta pouco... eu tenho fé que vou sobreviver mais um dia!
Eu me encaixo naquele bloco de pessoas que não suportam mulata sambando na TV 24 horas por dia, que não torcem por nehuma escola de samba, que tem tremedeira só de pensar em assistir a desfile.
Eu tampo o ouvido com o travesseiro pra não ouvir o infeliz do trio elétrico na avenida perto de casa.
Ala-la-ô o cacete!
Eu não aguento mais confete e serpentina grudando na sola do meu sapato.
Pior é que eu já assisti a todos os flmes que estão em cartaz (menos àqueles que eu não iria de jeito nenhum), ou seja, fugir pra sala escura com ar condicionado está fora de cogitação, mesmo com os descontos desta semana.
Tentei a piscina daqui de casa. Aproveitar um pouco do solzinho que deu as caras... protetor solar e um pouco de rock'n'roll... meditando tranquila, vivendo de luz, pensando em nada... até que começa a festa lá na vila!
E minha cabeça dói...
Meu fígado dói tambem. Não aguento mais cerveja, eu quero chá verde!
No último carnaval é que fui feliz... Gonçálves, ah que delícia... só montanhas e siriemas. Botei minhas leituras em dia, respirei ar puro, cozinhei... nada de batuques.
Tava lembrando de carnavais passados, quando acampávamos. Amigos queridos, macarrão feito na churrasqueira do clube, piscina, a rádio tocando a mesma seleção do rock'n'roll pelos 4 dias (colocaram a fita no repeat e sairam pra sambar), a chuva que inundou umas barracas, o vento que levou as outras e a gente amontoado na única que ficou inteira.
Mas já vai acabar... já vai acabar... falta pouco... eu tenho fé que vou sobreviver mais um dia!
Feb 14, 2007
Ontem li Baleia, do Graciliano Ramos.
Já tinha lido antes, no colegial pra alguma prova de literatura, ontem li antes de dormir, sem preocupações com interpretações de texto, com análises mais profundas de literatura, estilo e tal, só li por prazer.
Mamãe ganhou há um tempo um livro com os 100 melhores contos brasileiros (não lembro se são do século passado ou desde sempre), e eu deixo o livro na cabeceira da cama. Toda noite abro numa página aleatória e leio quem sair. Ontem veio Graciliano com a Baleia.
Claro que chorei de novo no final... adoro a Baleia... ela é tão feia e tão linda.
Quando reli o conto descobri de onde vinha a sensação de que já conhecia a Jurema quando nos encontramos pela primeira vez.
A Li e eu fomos buscar a Juju na casa de uma família que estava doando toda a ninhada. A belíssima boxer deles se apaixonou por um bofe que passava na rua e teve uma ninhada enorme sem valor comercial. A Juju era uma das últimas que restavam lá. Isso foi logo depois que minha outra achorra morreu repentinamente.
Ela era tão feia, com aquele maxilar proeminente característico dos boxeres e focinho fino por parte de pai, osa caninos inferiores à mostra fazendo o lábio superior subir, o focinho preto, corpo castanho, peito e patas brancas. Mamãe, quando viu, começou a rir " ela muito feia..." e ria mais. Foi paixão à primeira vista. Eu tinha certeza de que já no conhecíamos.
Ontem, no conto, descobri de onde conhecia Juju: ela é a Baleia na minha imaginação.
Nem adianta tentar me lembrar que a Baleia estava toda cheia de bicheiras, sem pelo, magra de desnutrição; eu imagino a Baleia sempre jovem, saltitante e cheia de vida, do mesmo jeto que ela se sentia. Como no teatro, que mulher é homem, homem é mulher, velho é criança, não importa o corpo do ator, importa a personagem.
Imagino a Juju caçando os preás, feliz como a Baleia, e depois ela traria orglhosa a sua caça pra mim. Com toda a sua magreza, suas costelas aparecendo e suas técnicas de caça desenvolvidas em conjunto com sua grande companheira Carmina.
A Juju tem aquele mesmo olhar de que se acha gente, parte da família. Cumprimenta educadamente todos os convidados da casa. Dá a pata, uma lambida na mão do visitante e um cheiro "Seja bem vindo à minha humilde casa".
Já tinha lido antes, no colegial pra alguma prova de literatura, ontem li antes de dormir, sem preocupações com interpretações de texto, com análises mais profundas de literatura, estilo e tal, só li por prazer.
Mamãe ganhou há um tempo um livro com os 100 melhores contos brasileiros (não lembro se são do século passado ou desde sempre), e eu deixo o livro na cabeceira da cama. Toda noite abro numa página aleatória e leio quem sair. Ontem veio Graciliano com a Baleia.
Claro que chorei de novo no final... adoro a Baleia... ela é tão feia e tão linda.
Quando reli o conto descobri de onde vinha a sensação de que já conhecia a Jurema quando nos encontramos pela primeira vez.
A Li e eu fomos buscar a Juju na casa de uma família que estava doando toda a ninhada. A belíssima boxer deles se apaixonou por um bofe que passava na rua e teve uma ninhada enorme sem valor comercial. A Juju era uma das últimas que restavam lá. Isso foi logo depois que minha outra achorra morreu repentinamente.
Ela era tão feia, com aquele maxilar proeminente característico dos boxeres e focinho fino por parte de pai, osa caninos inferiores à mostra fazendo o lábio superior subir, o focinho preto, corpo castanho, peito e patas brancas. Mamãe, quando viu, começou a rir " ela muito feia..." e ria mais. Foi paixão à primeira vista. Eu tinha certeza de que já no conhecíamos.
Ontem, no conto, descobri de onde conhecia Juju: ela é a Baleia na minha imaginação.
Nem adianta tentar me lembrar que a Baleia estava toda cheia de bicheiras, sem pelo, magra de desnutrição; eu imagino a Baleia sempre jovem, saltitante e cheia de vida, do mesmo jeto que ela se sentia. Como no teatro, que mulher é homem, homem é mulher, velho é criança, não importa o corpo do ator, importa a personagem.
Imagino a Juju caçando os preás, feliz como a Baleia, e depois ela traria orglhosa a sua caça pra mim. Com toda a sua magreza, suas costelas aparecendo e suas técnicas de caça desenvolvidas em conjunto com sua grande companheira Carmina.
A Juju tem aquele mesmo olhar de que se acha gente, parte da família. Cumprimenta educadamente todos os convidados da casa. Dá a pata, uma lambida na mão do visitante e um cheiro "Seja bem vindo à minha humilde casa".
Feb 11, 2007
Venenos à parte...
Ontem fui pela primeira vez à hípica. Morando em Campinas há 17 anos, nunca tinha pisado na Sociedade Hípica de Campineira, é mole?
É quase engraçado.
Me perguntaram se não tinha ido a nenhuma formatura, baile de debutante, casamento... não, nada dessas coisas. Uma vez fui na Hípica de Barão, mas ela não é tão chiquetésima quanto a de Campinas.
Tô falando isso porque agora vou começa a falar mal. Não da instituição, que é muito da bem cuidada (exceto o bar...), bonita e tal, mas dos frequentadores.
Vou começar elogiando os bronzeados. Que gente bonita, malhada, bem bronzeada. Não têm essas marcas como eu, a manga da camiseta, o braço esquerdo mais escuro que o direito, ombros e braços mais escuros que o resto do corpo, nada disso. As meninas são lindas, todas. Algumas com pinta de distúrbios alimentares, ossos da bacia aparecendo e tudo (eu nem tenho esses osso, acho, pelo menos nunca vi... tem uma camada boa de carne aqui no quadril, sabe?). Devem ficar bem em qualquer roupa que vestirem. Andam de biquini e sandália de salto na beira da piscina. É ótimo, não sei porque não pensei nisso antes: as pernas parecem mais longas e ficam mais durinhas, a bunda fica mais empinada pela lordose, que também empina o peito pra frente... e eu de havaianas verdes e velhas... que falta de classe! (secando o veneno escorrendo aqui no canto da boca, senão mancha a pele)... Os chapéus e o óculos escuros enormes, a os olhos fitando sempre acima da linha do horizonte. Inabaláveis.
Agora os meninos, ah os meninos.. todos malhados, músculos tratados por tardes de academia, pele bem cuidada pelo sol, que queima com carinho e tinge dos mais diversos tons de castanho... Cabeleiras cuidosamente esculpidas por pastas, mousses, cremes e secadores. Corpos tatuados (um pouco de descaso com seus desenhos, que mereciam um fator de proteção solar um pouquinho mais forte). Rodinhas de moços medindo os esforços feitos durante a semana, caras de malandros, poderosos, rindo e medindo todas à sua volta.
Mas o mais legal são as babás.
Mamãe e papai tranquilamente sentados à mesa do clube, tomando sua cervejinha, comendo sua porção de cenoura, tomando sol e conversando com outros papais e mamães e curtindo seu sabadão, enquanto as crianças podem brincar tranquilamente com a zelosa babá uniformizada que as acompanha... toda aquela turma de criancinhas lindinhas, com seus amiguinhos lindinhos e as babás lindinhas e uniformizadas em volta... Parece novela das oito, só faltava a Regina Duarte na cena!
Teve também concurso de fantasias da criançada em uma pré matinê(?) de carnaval.
Antes da parte maldosa eu tenho que comentar as fofurinhas... Não tem jeito...uma criançada que dava vontade de morder a buchecha. Como não achar a coisa mais linda uma menininha gordinha de menos de 1 ano, no colo do pai, com roupinha toda cor de rosa e asinhas de tule e lantejoulas? E daí que ela não tá se divertinhdo! Tá tão fofa, tão fotogênica...
Fiquei pensando que se fosse eu, quando pequena, num desses bailes ficaria traumatizada para o resto da vida... eu e minhas irmãs provavelmente seríamos as únicas com fantasias home made. Nos divertiríamos por semanas preparando tudo, inventando o tema, procurando panos entre as coisas do meu pai, cortando, costurando, pregando lantejoulas, testando maquiagens e treinando para o desfile. Quando chegássemos na festa veríamos todas as crianças com suas fantasias de super heróis e princesas industrializadas, Alladins, Incríveis, Minnie Mouses, fadinhas, sereias, todas compradas ou alugadas, com bons acabamentos, com barra, sem erros de costura...
Tá certo, exagerei um pouco no trauma... não ficaríamos traumatizadas, talvez só um pouco deslocadas. E depois falaríamos mal de todo mundo.
Era mais divertido do nosso jeito. Durava mais tempo.
Ontem fui pela primeira vez à hípica. Morando em Campinas há 17 anos, nunca tinha pisado na Sociedade Hípica de Campineira, é mole?
É quase engraçado.
Me perguntaram se não tinha ido a nenhuma formatura, baile de debutante, casamento... não, nada dessas coisas. Uma vez fui na Hípica de Barão, mas ela não é tão chiquetésima quanto a de Campinas.
Tô falando isso porque agora vou começa a falar mal. Não da instituição, que é muito da bem cuidada (exceto o bar...), bonita e tal, mas dos frequentadores.
Vou começar elogiando os bronzeados. Que gente bonita, malhada, bem bronzeada. Não têm essas marcas como eu, a manga da camiseta, o braço esquerdo mais escuro que o direito, ombros e braços mais escuros que o resto do corpo, nada disso. As meninas são lindas, todas. Algumas com pinta de distúrbios alimentares, ossos da bacia aparecendo e tudo (eu nem tenho esses osso, acho, pelo menos nunca vi... tem uma camada boa de carne aqui no quadril, sabe?). Devem ficar bem em qualquer roupa que vestirem. Andam de biquini e sandália de salto na beira da piscina. É ótimo, não sei porque não pensei nisso antes: as pernas parecem mais longas e ficam mais durinhas, a bunda fica mais empinada pela lordose, que também empina o peito pra frente... e eu de havaianas verdes e velhas... que falta de classe! (secando o veneno escorrendo aqui no canto da boca, senão mancha a pele)... Os chapéus e o óculos escuros enormes, a os olhos fitando sempre acima da linha do horizonte. Inabaláveis.
Agora os meninos, ah os meninos.. todos malhados, músculos tratados por tardes de academia, pele bem cuidada pelo sol, que queima com carinho e tinge dos mais diversos tons de castanho... Cabeleiras cuidosamente esculpidas por pastas, mousses, cremes e secadores. Corpos tatuados (um pouco de descaso com seus desenhos, que mereciam um fator de proteção solar um pouquinho mais forte). Rodinhas de moços medindo os esforços feitos durante a semana, caras de malandros, poderosos, rindo e medindo todas à sua volta.
Mas o mais legal são as babás.
Mamãe e papai tranquilamente sentados à mesa do clube, tomando sua cervejinha, comendo sua porção de cenoura, tomando sol e conversando com outros papais e mamães e curtindo seu sabadão, enquanto as crianças podem brincar tranquilamente com a zelosa babá uniformizada que as acompanha... toda aquela turma de criancinhas lindinhas, com seus amiguinhos lindinhos e as babás lindinhas e uniformizadas em volta... Parece novela das oito, só faltava a Regina Duarte na cena!
Teve também concurso de fantasias da criançada em uma pré matinê(?) de carnaval.
Antes da parte maldosa eu tenho que comentar as fofurinhas... Não tem jeito...uma criançada que dava vontade de morder a buchecha. Como não achar a coisa mais linda uma menininha gordinha de menos de 1 ano, no colo do pai, com roupinha toda cor de rosa e asinhas de tule e lantejoulas? E daí que ela não tá se divertinhdo! Tá tão fofa, tão fotogênica...
Fiquei pensando que se fosse eu, quando pequena, num desses bailes ficaria traumatizada para o resto da vida... eu e minhas irmãs provavelmente seríamos as únicas com fantasias home made. Nos divertiríamos por semanas preparando tudo, inventando o tema, procurando panos entre as coisas do meu pai, cortando, costurando, pregando lantejoulas, testando maquiagens e treinando para o desfile. Quando chegássemos na festa veríamos todas as crianças com suas fantasias de super heróis e princesas industrializadas, Alladins, Incríveis, Minnie Mouses, fadinhas, sereias, todas compradas ou alugadas, com bons acabamentos, com barra, sem erros de costura...
Tá certo, exagerei um pouco no trauma... não ficaríamos traumatizadas, talvez só um pouco deslocadas. E depois falaríamos mal de todo mundo.
Era mais divertido do nosso jeito. Durava mais tempo.
Feb 7, 2007
Res:
Coloquei Dylan pra tocar... tô tentando escrever antes que vomite. Não sei se vai dar certo.
É sempre assim, notícias que atrapalham meu estômago...
Preciso responder a uma mensagem e não sei se sou capaz, nem sei se devo.
Responder a verdade não vai dar certo. Decididamente não é uma boa idéia.
Vou parecer meio desesperada, vou ter que questionar sobre coisas que talvez não queira saber a resposta. Posso responder assim: "A vida tá tranquila, profissionalmente vai bem, melhorando a cada dia... A família tá bem, quase recomposta. Consegui emagrecer um pouco. Tô escrevendo um blog, legal, né? O pessoal que lê pelo menos se diverte com as minhas neuras... agora só falta um amor ao lado... mas ouvi dizer que você faz planos de casar... não gostei da notícia"
Outra versão da resposta seria "não, nada bem! nem um pouco bem! Tô passando mal desde que soube que você faz planos de casar no próximo ano... não, não estou bem... até estava, antes de saber disso, mas agora não estou não. Só sinto saudades e um aperto no coração que começa a doer meu braço. Não, não foi por isso que percebi que sentia falta tua, sinto isso todo dia desde que você pediu pra me afastar... Só que agora o pouquinho de esperança que me acompanhava tá dando espaço pra essa dor no estômago. Inconformada mesmo. Não acho possível que você, justo você, fique com alguém que te controla, que invade teu e-mail, que xereta as ligações do teu celular, que grita com você, xinga (é, eu lembro da cena, eu lembro do som da voz dela gritando obcenidades, te chamando por nomes que você nunca deveria ouvir, muito menos de alguém tentando te chamar de volta... eu lembro)... Não acredito nisso. Não acredito que você voltou pra ela depois daquilo. Cadê tua auto-estima, querido? O que fizeram com ela? Não te falaram todos os dias que você é lindo, que teu beijo é o melhor jeito de acordar... Não acredite em frases como ninguém vai te amar mais do que eu, ela é sempre uma mentira, não acredite em ameaças de suicídio... ninguém se mata sem o outro por perto, pode sofrer bastante, emagrecer vários quilos vomitando e sem comer, mas morrer, ninguém morre. Sem contar que é dum egoísmo do c... e a tua vontade? e a tua possibilidade de amar mais, melhor, mais tranquilo? essa é totalmente ignorada. Hoje eu acho que errei em me afastar tanto tempo, mas eu sei que minha presença cria tumultos por aí e não queria criar tumultos pra você. Não queria te ver triste no meio de brigas mais uma vez. Mas talvez eu quebre a minha promessa de me afastar. Eu tô precisando te ver. Tô querendo te abraçar. Queria uma daqueles abraços gostosos que nossos corpos se fundem e que o tempo anda num ritmo tão mais lento e tão mais rápido. Eu quero amor à luz de velas, sempre... eu sinto tua falta... quero você, meu parceiro, construindo sonhos novos, criando filhos, mimando netos, quero você ao meu lado. Desejo. Mas hoje estou triste, porque tua companhia parece tão mais longe..."
Eu responderia assim se tivesse coragem pra isso.
E a pergunta é um simple "como está, mocinha?"
Como pode ser tão complicado respondê-la?
Poderia mentir, contar as maiores barbaridades, daquelas que de tão difíceis de acreditar podem muito bem ser verdade.
Talvez eu só responda "tô bem, tô bem. Beijos"
Coloquei Dylan pra tocar... tô tentando escrever antes que vomite. Não sei se vai dar certo.
É sempre assim, notícias que atrapalham meu estômago...
Preciso responder a uma mensagem e não sei se sou capaz, nem sei se devo.
Responder a verdade não vai dar certo. Decididamente não é uma boa idéia.
Vou parecer meio desesperada, vou ter que questionar sobre coisas que talvez não queira saber a resposta. Posso responder assim: "A vida tá tranquila, profissionalmente vai bem, melhorando a cada dia... A família tá bem, quase recomposta. Consegui emagrecer um pouco. Tô escrevendo um blog, legal, né? O pessoal que lê pelo menos se diverte com as minhas neuras... agora só falta um amor ao lado... mas ouvi dizer que você faz planos de casar... não gostei da notícia"
Outra versão da resposta seria "não, nada bem! nem um pouco bem! Tô passando mal desde que soube que você faz planos de casar no próximo ano... não, não estou bem... até estava, antes de saber disso, mas agora não estou não. Só sinto saudades e um aperto no coração que começa a doer meu braço. Não, não foi por isso que percebi que sentia falta tua, sinto isso todo dia desde que você pediu pra me afastar... Só que agora o pouquinho de esperança que me acompanhava tá dando espaço pra essa dor no estômago. Inconformada mesmo. Não acho possível que você, justo você, fique com alguém que te controla, que invade teu e-mail, que xereta as ligações do teu celular, que grita com você, xinga (é, eu lembro da cena, eu lembro do som da voz dela gritando obcenidades, te chamando por nomes que você nunca deveria ouvir, muito menos de alguém tentando te chamar de volta... eu lembro)... Não acredito nisso. Não acredito que você voltou pra ela depois daquilo. Cadê tua auto-estima, querido? O que fizeram com ela? Não te falaram todos os dias que você é lindo, que teu beijo é o melhor jeito de acordar... Não acredite em frases como ninguém vai te amar mais do que eu, ela é sempre uma mentira, não acredite em ameaças de suicídio... ninguém se mata sem o outro por perto, pode sofrer bastante, emagrecer vários quilos vomitando e sem comer, mas morrer, ninguém morre. Sem contar que é dum egoísmo do c... e a tua vontade? e a tua possibilidade de amar mais, melhor, mais tranquilo? essa é totalmente ignorada. Hoje eu acho que errei em me afastar tanto tempo, mas eu sei que minha presença cria tumultos por aí e não queria criar tumultos pra você. Não queria te ver triste no meio de brigas mais uma vez. Mas talvez eu quebre a minha promessa de me afastar. Eu tô precisando te ver. Tô querendo te abraçar. Queria uma daqueles abraços gostosos que nossos corpos se fundem e que o tempo anda num ritmo tão mais lento e tão mais rápido. Eu quero amor à luz de velas, sempre... eu sinto tua falta... quero você, meu parceiro, construindo sonhos novos, criando filhos, mimando netos, quero você ao meu lado. Desejo. Mas hoje estou triste, porque tua companhia parece tão mais longe..."
Eu responderia assim se tivesse coragem pra isso.
E a pergunta é um simple "como está, mocinha?"
Como pode ser tão complicado respondê-la?
Poderia mentir, contar as maiores barbaridades, daquelas que de tão difíceis de acreditar podem muito bem ser verdade.
Talvez eu só responda "tô bem, tô bem. Beijos"
Feb 6, 2007
- Decidi não ir, tudo bem? O que eu posso fazer pra ajudar? Se eu soubesse fazer jardinagem iria te ajudar com o gramado... Queria comprar um cortador de gramas novo, mais leve... você está precisando de um?
- humrrum...
- Então vou lá e já volto.
...
- Não tinha, mas tem em outra loja. Quer ir comigo? Vista uma blusa.
- Humrrum...
...
- Tem que ser cortador, não pode ser aparador, a mulher da Luisa falou que tem que ser cortador, o outro é só para as beiradas...
- Mas é isso mesmo que não consigo fazer com o grande que tem em casa.
- Mas tem que ser cortador.
- Cortador só tem desse trambolhudo aqui, pesado, igualzinho ao que a gente tem em casa, só que novo...
- Não tem um vendedor pra explicar?
-Ó um passando ali...
-A moça da Luisa me disse que tem que ser cortador, não aparador... você tem deste aqui, só que cortador?
- Desse só com fio de "nylon"...
- Mas... ele corta grama? O que você acha desse?
- É pra gramados baixinhos, sem muito mato... ele não corta mato alto... quer dizer, até corta, mas tem que passar várias vezes, primeiro nas pontas e vai descendo...
-Vixi... gramado sem mato é? vixi... Pega aí, olha como ele é levinho...
- Mas você não prefere o outro, de 500? Não é mais forte?
- É mais forte, mas mais pesado... quem é que vai cortar a grama afinal? leva o mais fraco, mais leve e mais barato.
...
- O senhor se importa se eu - uma velhinha de 80 anos - pagar minha conta antes de você, um moço cheio de saúde na fila preferencial?
- Claro, tudo bem... mas eu sou doador de sangue... olha só minha carteirinha! Eu doo sangue todo ano...
(eu não, porque minha pele está pintada e o hemocentro acha perigoso...)
...
-Ué, não tá abrindo...
abre porta, desce do carro, abre portão, abre casa - Vó, não adianta, tá sem luz -
aperta botão, aperta botão mais forte, troca o controle, aperta mais uma vez
-Vó, não adianta, a rua tá sem luz, vou estacionar aqui na frente...
-Lau, acho que tá sem luz... por que não estaciona aí na frente?
- humrrum...
- Então vou lá e já volto.
...
- Não tinha, mas tem em outra loja. Quer ir comigo? Vista uma blusa.
- Humrrum...
...
- Tem que ser cortador, não pode ser aparador, a mulher da Luisa falou que tem que ser cortador, o outro é só para as beiradas...
- Mas é isso mesmo que não consigo fazer com o grande que tem em casa.
- Mas tem que ser cortador.
- Cortador só tem desse trambolhudo aqui, pesado, igualzinho ao que a gente tem em casa, só que novo...
- Não tem um vendedor pra explicar?
-Ó um passando ali...
-A moça da Luisa me disse que tem que ser cortador, não aparador... você tem deste aqui, só que cortador?
- Desse só com fio de "nylon"...
- Mas... ele corta grama? O que você acha desse?
- É pra gramados baixinhos, sem muito mato... ele não corta mato alto... quer dizer, até corta, mas tem que passar várias vezes, primeiro nas pontas e vai descendo...
-Vixi... gramado sem mato é? vixi... Pega aí, olha como ele é levinho...
- Mas você não prefere o outro, de 500? Não é mais forte?
- É mais forte, mas mais pesado... quem é que vai cortar a grama afinal? leva o mais fraco, mais leve e mais barato.
...
- O senhor se importa se eu - uma velhinha de 80 anos - pagar minha conta antes de você, um moço cheio de saúde na fila preferencial?
- Claro, tudo bem... mas eu sou doador de sangue... olha só minha carteirinha! Eu doo sangue todo ano...
(eu não, porque minha pele está pintada e o hemocentro acha perigoso...)
...
-Ué, não tá abrindo...
abre porta, desce do carro, abre portão, abre casa - Vó, não adianta, tá sem luz -
aperta botão, aperta botão mais forte, troca o controle, aperta mais uma vez
-Vó, não adianta, a rua tá sem luz, vou estacionar aqui na frente...
-Lau, acho que tá sem luz... por que não estaciona aí na frente?
Feb 2, 2007
Cinema, parte X
A ida ao cinema aqui em casa é uma negociação, não só pelo filme, pela sala de cinema, qual horário, que caminho fazer, que carro usar, mas uma negociação de bom comportamento por um par de dias...
Par mesmo, dois! É o máximo que conseguimos.
É um agrado com com segundas intensões.
Talvez não seja má intensão, mas não é nada declarada.
O agrado da ida ao cinema diminui o número de reclamações pela falta de visitas no café da manhã, pelas ausências no almoço, pelos chás da tarde perdidos.
São 10 minutos de carro, meia hora de café e pão de queijo, mais a fila do ingresso, o tempo dentro da sala de cinema, talvez mais um café ou um sorvete (isso depende do horário da sessão), e os 10 minutos da volta. Ou seja, muitas horas de companhia, certo?
Isso compra o bom comportamento, um pouco de bom humor, uns carinhos durante a semana e até a aceitação de um pedido descarado para se ausentar no final de semana para que pudesse acontecer uma festa em casa.
Viu só como o cinema é importante na vida das pessoas?
O fime foi Babel.
Pronto, já tenho um filme querido concorrente ao Oscar.
Babel está concorrendo para melhor filme, melhor direção, melhor atriz coadjuvante, melhor atriz coadjuvante mais uma vez (filmes sem atores principais... que nem Friends, quando concorria nos prêmios da TV americana), melhor roteiro original, melhor montagem e melhor trilha sonora original, tá bom né?
Direção de Alejandro González Iñárritu, aquele mesmo de 21 Gramas, filme genial também, que o cara emagrece 21 gramas quando morre, o peso da alma dele... (isso, era só isso o filme...).
Babel também tem sua história contada de forma não linear. Pronto, lá vou eu com meus jeitos de lembrar das coisas... Babel é contada como se diretor fosse contando pra gente uma história do mesmo jeito que ele a descobriu, parte por parte, como se tivesse ouvido de terceiros e estivesse passando pra frente na mesma ordem, só no final que dá pra colocar todos os acontecimentos numa linha de tempo e espaço como nas aulas de história na escola e entender todos os envolvimentos.
Bem legal a montagem, bem legal!
O roteiro também me parece novo, pelo menos assim todo junto. Mexicanos ilegais na fronteira eu já vi; casais viajando pra superar crise também; meninos brincando e causando acidentes sérios também não é novidade (o incidente internacional de ameaça terrorista é uma bela duma cotucada... isso é novo. A intervenção das relações internacionais atrasando um resgate de uma ambulância... o cara só queria uma ambulância, "deixa pra pegar os culpados depois, primeiro salva minha esposa!") ; adolescentes fazendo bobagem, tem todo o tempo... tudo isso junto e ligado, cheio de problemas de comunicação pelo mundo todo já muda um pouco... O núcleo San Diego-Mexico se liga ao núcleo Marrocos, que se liga a outro núcleo Marrocos; Marrocos se liga a Tóquio, num tráfico de armas que não é traáfico de armas.
A babá ilegal com um casal de crianças loirinhas, o casal em crise matrimonial tirando férias pra tentar retomar a relação perdida, a família de criadores de cabras com dois meninos adolescentes, turistas preconceituosos e incapazes de solidariedade com uma companheira ferida, uma adolescente surda (adoro as cenas dela se habituando aos espaços diferentes, a balada cheia de luz e sem som, como pegar o rítmo nequele espaço...) - órfã de mãe - com sua turma experimentando tudo o que é oferecido a eles, uma investigação policial, uma festa de casamento, uma travessia de fronteira, resgates de helicóptero... Tem bastante coisa acontecendo ao mesmo tempo.
Adriana Barraza é a babá mexicana que atravessa a fronteira México-EUA com as crianças loirinhas que cuida para ir à festa de casamento do filho... idéia de jirico! Não que tivesse outra alternativa, mas... putz, que agonia, que angústia saber desde de o princípio que aquela idéia não pode dar certo... Mas ela está maravilhosa nessa atuação. A outra concorrente é a japonesa Rinko Kikuchi, a menina surda cheia de crises adolescentes agravadas pela surdez e pelo suicídio da mãe. A atuação dela é impressioante, fui procurar a bibiografia dela pra ter certeza de que não era mesmo surda... (é a foto dela no site da UOL nos filmes da semana).
Confesso que não prestei atenção à trilha sonora desta vez. Só nas cenas em Tóquio, que luz, som e movimento ficam mais frenéticos, mas não sei dizer se é pra Oscar...
A ida ao cinema aqui em casa é uma negociação, não só pelo filme, pela sala de cinema, qual horário, que caminho fazer, que carro usar, mas uma negociação de bom comportamento por um par de dias...
Par mesmo, dois! É o máximo que conseguimos.
É um agrado com com segundas intensões.
Talvez não seja má intensão, mas não é nada declarada.
O agrado da ida ao cinema diminui o número de reclamações pela falta de visitas no café da manhã, pelas ausências no almoço, pelos chás da tarde perdidos.
São 10 minutos de carro, meia hora de café e pão de queijo, mais a fila do ingresso, o tempo dentro da sala de cinema, talvez mais um café ou um sorvete (isso depende do horário da sessão), e os 10 minutos da volta. Ou seja, muitas horas de companhia, certo?
Isso compra o bom comportamento, um pouco de bom humor, uns carinhos durante a semana e até a aceitação de um pedido descarado para se ausentar no final de semana para que pudesse acontecer uma festa em casa.
Viu só como o cinema é importante na vida das pessoas?
O fime foi Babel.
Pronto, já tenho um filme querido concorrente ao Oscar.
Babel está concorrendo para melhor filme, melhor direção, melhor atriz coadjuvante, melhor atriz coadjuvante mais uma vez (filmes sem atores principais... que nem Friends, quando concorria nos prêmios da TV americana), melhor roteiro original, melhor montagem e melhor trilha sonora original, tá bom né?
Direção de Alejandro González Iñárritu, aquele mesmo de 21 Gramas, filme genial também, que o cara emagrece 21 gramas quando morre, o peso da alma dele... (isso, era só isso o filme...).
Babel também tem sua história contada de forma não linear. Pronto, lá vou eu com meus jeitos de lembrar das coisas... Babel é contada como se diretor fosse contando pra gente uma história do mesmo jeito que ele a descobriu, parte por parte, como se tivesse ouvido de terceiros e estivesse passando pra frente na mesma ordem, só no final que dá pra colocar todos os acontecimentos numa linha de tempo e espaço como nas aulas de história na escola e entender todos os envolvimentos.
Bem legal a montagem, bem legal!
O roteiro também me parece novo, pelo menos assim todo junto. Mexicanos ilegais na fronteira eu já vi; casais viajando pra superar crise também; meninos brincando e causando acidentes sérios também não é novidade (o incidente internacional de ameaça terrorista é uma bela duma cotucada... isso é novo. A intervenção das relações internacionais atrasando um resgate de uma ambulância... o cara só queria uma ambulância, "deixa pra pegar os culpados depois, primeiro salva minha esposa!") ; adolescentes fazendo bobagem, tem todo o tempo... tudo isso junto e ligado, cheio de problemas de comunicação pelo mundo todo já muda um pouco... O núcleo San Diego-Mexico se liga ao núcleo Marrocos, que se liga a outro núcleo Marrocos; Marrocos se liga a Tóquio, num tráfico de armas que não é traáfico de armas.
A babá ilegal com um casal de crianças loirinhas, o casal em crise matrimonial tirando férias pra tentar retomar a relação perdida, a família de criadores de cabras com dois meninos adolescentes, turistas preconceituosos e incapazes de solidariedade com uma companheira ferida, uma adolescente surda (adoro as cenas dela se habituando aos espaços diferentes, a balada cheia de luz e sem som, como pegar o rítmo nequele espaço...) - órfã de mãe - com sua turma experimentando tudo o que é oferecido a eles, uma investigação policial, uma festa de casamento, uma travessia de fronteira, resgates de helicóptero... Tem bastante coisa acontecendo ao mesmo tempo.
Adriana Barraza é a babá mexicana que atravessa a fronteira México-EUA com as crianças loirinhas que cuida para ir à festa de casamento do filho... idéia de jirico! Não que tivesse outra alternativa, mas... putz, que agonia, que angústia saber desde de o princípio que aquela idéia não pode dar certo... Mas ela está maravilhosa nessa atuação. A outra concorrente é a japonesa Rinko Kikuchi, a menina surda cheia de crises adolescentes agravadas pela surdez e pelo suicídio da mãe. A atuação dela é impressioante, fui procurar a bibiografia dela pra ter certeza de que não era mesmo surda... (é a foto dela no site da UOL nos filmes da semana).
Confesso que não prestei atenção à trilha sonora desta vez. Só nas cenas em Tóquio, que luz, som e movimento ficam mais frenéticos, mas não sei dizer se é pra Oscar...
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