Jun 11, 2007

Obituário

Teve uma boa vida a pequena dachshund dourada. Grande caçadora e furadora de poços artesianos pelo quintal, disse certa vez que encontrou sua vocação ao mudar-se, ainda adolescente, de Ribeirão para Campinas. Erroneamente em seus primeiros documentos teve seu nome preenchido como Phyllis, fato que causou pequeno mal estar na família que a acolhera, mas que logo foi corrigido, recebendo finalmente a alcunha de Shyspa Cristina Reily.
A pequena Shys não conviveu muito com sua mãe, o que não impediu que seu instinto maternal aflorasse logo na primeira oportunidade. Teve grande laço de amizade com Raya, a bela vira-latas preta com quem dividiu o aluguel por quase dois anos e que deixou muita saudades na pequena cachorrinha quando passou dessa para a melhor. Para não sofrer tanto com as saudades transferiu todo seu carinho para a pequena Weirmaraner recém acolhida na residência, a quem tratou como uma de suas crias.
Conviveu bastante com sua negra irmãzinha Natasha, brincando muito durante as férias e depois por um período mais longo por conta de uma bolsa sanduíche.
Shys foi mãe de 8 ou 9 crias. Emprenhou apenas uma vez numa visita íntima de Corisco (que copulou e nunca mais deu notícias). Desse caso furtivo pariu 5 filhotes lindos, os outros ela adotou. Adotou a Life e depois a cria renegada da Life, que com sua ninhada de 11 filhotes pretos, nascidos de um amor proibido, não dava conta de amamentar a todos.
Sofreu muito durante toda a vida com as piadas com seu nome, as brincadeiras infames que sempre faziam com que se sentisse enganada, expulsa, traída até... mas no final de sua jornada já não ligava mais pra isso. Conhecia seu papel, sabia de seu poder e usava e abusava dele. Fazia de gato e sapato todos ao seu redor.
Shyspinha hoje está correndo atrás de gambás no Céu dos cachorros feliz e saltitante.

2 comments:

Coração bonsai, coração bom fica said...

To com saudades dela depois de ler teu post. Minha participação na vida da Shys foi bem pequenininha. Resumiu-se a pequenos cafunés...e a preocupação com seu bem-estar no finzinho da vida dela. Mas tenho muito orgulho de ter feito parte do ritual de passagem dela para um lugar em que ela não deve estar mais sofrendo. Como disse a Lau, espero que ela tenha chegado sã e salva até o Céu dos cachorrinhos! - Saudades, Shyspinha!

Anonymous said...

Lau, acho que tá na hora de parar de ver tantos filmes, eles estão influenciando na sua escrita... "escrito nas estrelas" te fez fazer o obituario assim, num foi???