Tô cansada, muito cansada de não fazer nada hoje.
Tava tão bom o final de semana... no final de semana eu posso não fazer nada sem culpa nenhuma, ou fazer umas coisinhas e também não sentir culpa, mas não fazer nada na segunda feira e ainda ficar esperando pelo feriado da quinta é o fim.
Então eu resolvi por em prática o plano iniciado no final de semana, até porque fiz umas contas e descobri que meu prazo nem é tão grande assim e não dava pra ficar dando bobeira. Então peguei os textos e comecei a ler para escolher meus favoritos.
Quando conseguir compreender os texto estou certa de que minha escolha será mais fácil.
Metida que só eu, resolvi ler na língua original, esse negócio de tradução é superestimado, muito mais gostoso ler como o autor escreveu, com a respiração e as sacadas dele... muito bom também quando você tem domínio da língua dele.
Não é o caso.
Os dois anos de aulas (há pelo menos 5 anos) e uma viagem de 20 dias não foram suficientes pra entender o que Calvino escreve. Agora fico aqui batendo a cabeça, consultando dicionário a cada duas ou três palavras e pagando o mico de ler em voz alta pra ouvir a pronúncia dos zzs, chs, gnis etc, na confiança de que seu significado se iluminará na minha memória.
Cena ridícula.
Mas a desculpa pra retomar meu contato foi bem boa até, a inspiração veio em boa hora. As palavras lidas não são totalmente sem significado aos meus olhos ou ouvidos, fazem parte de uma lembrança, já passaram por aqui, conheço esses sons e essa composição das palavras...
Quando entrei na faculdade de arquitetura e percebi que grande parte da bibliografia do curso era em italiano e que meu inglês pouco me adiantaria ali, corri fazer minha matrícula numa escola de Italiano. Eu e um namorado, que se orgulhava das raízes italianas e do nariz grande. Eu, como boa nerd que sempre fui, pegava no pé com os estudos, fazia os exercícios todos, mesmo que fizesse dentro do ônibus à caminho da aula, mas fazia. Queria uma tal duma bolsa de estudos no exterior, um convênio da minha faculdade com alguma faculdade na península Apenina, mas que depois desisti. Não porque não tivesse aprendido o idioma, mas porque descobri que minha curiosidade ia para outro lado, não para aquele que a escola se voltava (isso é tema pra outro post, não este).
O namoro terminou, as aulas continuaram mais um pouco e depois a professora mudou de ramo... eu larguei os estudos, contentando-me com um pouco de cinema italiano esporadicamente. Agora tô sentindo falta.
Deve estar na hora de voltar a estudar. Acho que é isso... Talvez um pouquinho de Italiano, depois Francês (que só tive contato por 6 meses enquanto morava na Inglaterra... não fez sentido, né? qualquer dia explico), Espanhol... Espanhol também é gostoso de falar... não tanto quanto italiano e também não acho a língua tão sexy... Talvez um dia encare um alemão, será?
Talvez se eu parar de ficar só falando e sentar a bunda na cadeira direitinho meu projetos tomem corpo mais sólido... talvez o mestrado saia e não reclame mais de tempo parada... só da falta de tempo pra fazer tudo o que preciso.
Muito mais gostoso reclamar da falta de tempo.
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