Quando tinha 10 anos de idade decidi não usar mais franja.
Minha mãe adorava, achava meiguinha, bonitinha, combinava com o rosto de boneca que ela tanto caprichou na mistura genética...
Tive todos os tipos de franja quando pequena... algumas bem que poderiam ser retocadas com um photoshop pras gerações futuras não rirem tanto da minha cara.
Algumas vezes arrisquei cortar sozinha. Decididamente não foi uma boa idéia. Não recomendo esse tipo de corte, a não ser que você seja um desses tipos excêntricos, que não se importam com simetria.
A diagonal que cortava minha testa desde a sobrancelha até a raiz do cabelo do outro lado do rosto não era passível de reparo nem pelo melhor cabelereiro de Sampa.
Minha mãe morria de vergonha nessas horas. Coitada...
Eu, me rebelando desde cedo!!!
Tive também daquelas repicadas até a costeleta (ai, credo...) que estão na moda novamente. Espetadinha no topo da cabeça, batidinha na lateral, que a gente chamava de Chitãozinho & Xororó, e agora é retrô, super anos 80. Continua horrível!!! Vi umas meninas em Milão assim ano passado. Demorei pra me recuperar do choque.
Essa eu tive que brigar com a mãe quando vi a foto. Eu e minha irmã com o mesmo penteado esdrúxulo!
Ela se defendeu dizendo que a gente que pedia essas coisas, que ai dela se tentasse impedir.
Ah, não, não pode. Pra que mãe se não pra nos proteger de micos desse tipo: "filha querida, é feio, e quando você vir uma foto daqui a 15 anos vai brigar comigo..."
A maior parte do tempo meu cabelo teve corte reto. Franja reta, bem reta, pra combinar com o cabelo liso, bem liso. Corte na altura do ombro ou do queixo, sem grandes variações.
Chanel!
Corta Chanelzinho pra mim...
Quando mudei pra Campinas resolvi abraçar meu lado mais rural, mais selvagem.
Deixei os cabelos crescerem sem dó. Ficava muito tempo sem chegar perto de tesoura. Queria cabelos longos, sem franja, despontados. Acho que estava passando Vamp na época e eu queria aqeles cabelos vampirescos.
Foi quando abandonei a franja.
O cabelo desgrenhado não durou muito não, ainda bem!!!
Começei uma pesquisa das propriedades embelezadoras capilares das frutas do quintal. Fazia uma meleca danada, cada semana testava uma mistura diferente.
Entrando na adolescência, os cabelos já estavam longos, caramelados e volumosos. Dia desse minha irmã disse que eu parecia uma daquelas meninas dum seriado que passou há alguns anos, "Popular" se não me engano, de meninas super-populares, com cabelos esvoaçantes... eu não achava isso não, mas ela disse que era...
Aí comecei a namorar um roqueiro cabeludo e cortei meus cabelos bem curtinhos e arrepiados. Só pra fazer graça: o cabeludo e a careca.
Uma vez cogitei raspar, queria ficar como a Dolores O'Connor do Cranberries. Quando falei pra minha mãe, ela pedagogicamente vasculhou os álbuns da família, pegou uma foto do meu avô paterno e uma de mim bebezinha: "tua cabeça é chata como a de teu avô!"
Mudei de idéia.
Variei um pouco entre os curtos, muito curtos e menos curtos, voltei pro corte reto na altura dos ombros, corte curto de volta no fim dum namoro (duas ótimas escolhas!) e deixei crescer... Há uns 3 anos que o cabelo é mais ou menos o mesmo, vai crescendo, mas nada de novo e revolucionário no corte.
Até com a tinta eu parei no ano passado.
Hoje cheguei pro Edi: "quero franja!"
Tá ótima. No meio do olho, bem pouquinha, porque se ele cortasse mais um pouco de cabelo ficaria com um volume enorme na testa.
Mas tá ótima!!!
O cabelo curtinho, só quando conseguir me manter com 54kg por mais de um ano...
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