Dec 24, 2006

"We light the Christmas candle three
We think of heavenly harmony
Angels singing Peace on earth
At the blessed Savior's birth"

É isso, tem que acompanhar a vó na igreja no dia de Natal.
Tem que ir lá na frente da congregação toda e ler os versos em inglês (... ai ai ai, tomara que não erre a pronúncia de nada...) com microfone. Ainda bem que fiz aquele curso de oratória e liderança no ano passado.
Tem que acender a vela número três (ai ai ai... melhor não queimar o dedo... putz, se der a volta pra acender a vela, o pessoal não vê... ai, tá quente no meu braço... ufa! acendi!)
Ah é, supereconomia de fósforos: 5 velas com dois fósforos, cada neto leu uma passagem e acendeu uma vela. Família reunida na igreja.
Até que no final do culto já conseguia cantar uns hinos sem desafinar...
Amanhã cedo é a comemoração de Natal aqui em casa. Abertura dos presentes é uma farra, e nem tem mais criança na família (ops, até tem, mas é uma só e não passar Natal conosco este ano) , mas continua uma palhaçada só.

Agora só falta arrumar minha mala pra viagem.
Blog só quando voltar e passar a limpo o diário de bordo.

Beijos, bom Natal e boa passagem de ano!!!
Choveu!!!
Não fomos ao cemitério... mas depois das férias vamos.

Dec 21, 2006

Hoje é centenário de nascimento do Bastião, meu vô Sebastião, pai do meu pai, meu padrinho de batismo.
Ele já morreu, faz tempo, eu tinha só dois anos e nem lembro dele... só das fotos e das certidões mesmo...
Meu pai, que adora inventar uma moda, resolveu fazer uma comemoração pelo centenário do pai dele.
Vou contar que é meio complicado comemorar aniversário sem a presença do aniversariante, ainda mais numa família que não é espírita... mas beleza... vamos ao cemitério mesmo, a família toda, tios e primos também. Deve ser engraçado ir lá com a criançada da minha prima...
Pai até mandou fazer uma plaquinha pra colar na lápide:

100 anos do Bastião (2006)

Ah, notícia boa: tio Dida saiu do hospital. Está de alta!!! EEEEE
Ele parece bem melhor do que da última vez que o vi. Tem cor no rosto, tá comendo sem reclamar (e tá comendo!!!), não fica mais contando os minutos pra tomar os remédios, tá conversando com um pouco de animação, falou por mais de 15 minutos no telefone... Legal! Gostei! bom presente de Natal!
Por que é que eu tô falando disso? Por que tio Dida é meu tio que é quase meu avô, é meu tio arquiteto que brincava de construir cidades comigo quando eu era pequena, e eu viva na casa dele e da tia Neide... tava triste com ele internado... agora não tô mais!

Dec 20, 2006

só pra ver se a "reiva" passa...
o material chegou 10:28 da manhã. Eles tinham até 10:30, senão teriam que me devolver o dinheiro todo e o barraco seria muuuuito feio lá na loja... Agora mandei cartinha pra eles... nem sei se vai fazer diferença, mas o tom de ameaça e a cara de mau me deixaram toda poderosa!
aqui vai cópia da carta, pra queimar filme mesmo!

"Venho por meio desta expressar meu profundo descontentamento com o atendimento e entrega de materiais da Leroy Merlin de Campinas.
Sou arquiteta e estou acompanhando uma obra em Campinas. No dia 4 de Dezembro efetuei uma compra para minha cliente, no valor de 484,09 reais, incluindo a entrega do material no local da obra. No ato do pagamento (à vista) não conferi o pedido, um erro meu, mas que não tira a responsabilidade do funcionário da loja, que no meu pedido cobrou apenas por 1 elemento vazado cerâmico quando eu tinha solicitado por 130.
A entrega estava prevista para o dia 11 de Dezembro (prazo enorme para entrega, mas o funcionário me alertou que não tinha o material no estoque, por isso demoraria um pouco mais de tempo na entrega), uma segunda feira.
Na quinta-feira, dia 14/12, com a entrega dos materiais atrasada 4 dias, entrei em contato com a loja, foi quando percebi o erro do vendedor. Tive que ir até a loja e refazer meu pedido, cancelar o pedido anterior e refazer a compra, já que não ia pagar por um segundo frete. A entrega foi agendada para sábado, dia 16/12.
Passei o sábado inteiro na obra esperando pelo material que não foi entregue.
Na segunda feira, dia 18, entrei novamente em contato com a loja para saber do material. Mais uma vez o pedreiro chegava para trabalhar sem material.
A Leroy Merlin atrasou em 9 dias a entrega do material que comprei. Isso é inadmissível numa loja deste porte. É uma falta de respeito com profissionais da construção e com qualquer cliente.
Estamos em época de Natal e final de ano, quando o décimo terceiro salário permite que as famílias façam pequenas melhorias em suas residências. É também uma época em que o tempo para a construção é curto por conta das chuvas, das festas e da mão de obra que precisa se desdobrar para dar conta de todos os serviços solicitados. Não podemos parar obras para esperar por 9 dias um material comprado.
Se a previsão de entrega é essa de 9 a 10 dias, o cliente deve ser informado no ato da compra, para poder decidir se pode esperar todo esse tempo ou se prefere fazer suas compras em outro lugar.
Eu teria escolhido outro fornecedor para minha cliente e não teria perdido 3 diárias dos pedreiros na obra.
A Leroy Merlin deve entender que se não terá condições de efetuar todas as entregas de mercadorias no prazo estipulado no relatório gerencial com o pessoal contratado da loja, talvez devesse fazer contratos temporários com transportadoras e vendedores para solucionar o problema, se é que é de interesse da loja solucionar o problema.
Se houve algum imprevisto na entrega, o mínimo que esperava da loja seria que ligasse para um dos 3 telefones de contato que forneci para ser informada de atrasos e poder me programar de outra maneira na obra.
Estou terrivelmente insatisfeita e decepcionada com o tratamento recebido na Leroy Merlin e a partir de hoje, estou desaconselhando meus clientes a fazerem compras nessa loja.

Att

L.R.
Arquiteta e Urbanista"


...quase calma agora...

Dec 19, 2006

#$%@&*%$@@@$¨$*&%$#%#&
AAAARGH!!!

AH PRA *@%& QUE PARIU!!!
É ISSO MESMO!!!
Emputecida!!! Só sai palavrão da minha boca hoje!

Não é possível um negócio desses! 9 dias de atraso em entrega de material de construção!!!
*@%& #$*%¨!!!
Duas diárias de pedreiro perdidas por incompetência da entregadora e da loja.
Perderam cliente!!! E perderam minha vó de cliente também, e ela é gastadeira quando se fala de material de construção... sempre tem uma obrinha nova pra fazer...
Vou escrever uma cartinha pra ouvidoria da loja enquanto o sangue tá quente e mando amanhã quando o sangue estiver mais friozinho...
AAAAAARRRRRRRRRGH!!!!

£¢+)&%#$*@§@#%&*)*#!¨&*§*&%¢*@£

...palavrão de história em quadrinhos...

Dec 18, 2006

copiado e colado da minha própria página:

pros amigos visitantes indignados:

http://www.petitiononline.com/oeleitor/petition.html

entrem, assinem e mandem o link pra outros amigos, inimigos também...

E amanhã, meio dia, apitaço, buzinaço, panelaço, grito, xingo... fazer barulho contra essa palhaçada, né? afhe! 90% de aumento do próprio salário! Ah, baixaria, né?!

Dec 16, 2006

pausa na pintura...

Continuo na vida de pintora de paredes de final de semana.
Não pude fazer nada durante a semana por causa das alergias respiratórias da irmãzinha, agora que ela não tá aqui posso continuar...
Mas tá muito quente, pressão baixou e achei que ia cair da escada. Melhor parar um pouco e esperar passar o calor enquanto a massa corrida dos remendos seca.

Dec 15, 2006

Não sei quem é essa moça no espelho, no reflexo dos vidros das vitrines...
... essa que saiu da década de 70 e tá refletida onde deveria estar meu reflexo...


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Sempre fui tachada de nerd nas escolas que estudei. Era conhecida como a melhor aluna da classe, ou pelo menos entre os melhores...
Um professor de história dizia que meu boletim era monótono, uma gagalhada (AAAAAAAAAA)! Vivo em dúvida se isso é uma lembrança tão legal assim.
Tá, os professores, pelo menos os do ensino fundamental e médio, têm boas lembranças minhas, sabem meu nome, me reconhecem na rua e tudo, mesmo depois de 10 anos... com os da faculdade a história é outra (pra outro post)...
Não que eu fosse daquelas que só estudavam, eu fazia o mínimo. Chegava em casa depois da escola, almoçava e fazia a lição, depois saía pra brincar, andar de bicicleta, jogar volei (tive uma fase esportista...). Mas divertia-me com os desafios propostos nas aulas.
Até porque, filha de professores, né? Imagina se não fizesse? Chantagem emocional mesmo, nada de bronca, aqui em casa o negócio era mais profundo... hahahaha
Bem, também ajuda ter estudado em escolas divertidas, construtivistas, segundo minha mãe.
Por um tempo estudava dobrado. O namorado não gostava muito de estudar, e pra garantir que ele não ficasse de exame no final do ano e minhas férias atrasassem, eu estudava com ele também. Fazia a minha lição e depois ajudava com a dele.
Não, eu não fazia a dele! Ajudava mesmo, preparava exercícios novos, diferentes daqueles dos livros e apostilas, até ele conseguir fazer sozinho. Como ele estava uma série abaixo da minha, eu já tinha visto toda a matéria e isso me ajudava bastante a não esquecer as coisas.
Só uma matéria eu estudava muito, mas muito mesmo. Ficava horas, às vezes dias, batendo a cabeça até resolver os problemas... só pra depois pedir problemas mais difíceis pra resolver... o professor chegou a ficar devendo nota pro ano seguinte, de tanto ponto extra!
Louca! Doida varrida! Desmiolada!
O namorado até ficou enciumado na época... era muito tempo estudando...
hehehe e eu jurando de pé junto que era só pelo desafio matemático, não pelo olhos claros do professor... hehehe
O problema de ser lembrada por ser tão estudiosa e ser levada muito à sério... não, não é bem isso, é acharem que eu sou mais séria do que realmente sou.
Tá, sou perfeccionista, fico chateada se as coisas ficarem fora de esquadro ou de prumo, mas isso é trabalho, mas não sou tão rigorosa assim na vida... vivo de falar bobagem. Muita bobagem, por sinal... Comportamento que só revelo depois conhecer bem. Caramba! Eu sou tatuada, tomo cachaça e cerveja, cuido de obra, falo bobagem e palavrão... nem sou tão nerd assim...
... mas que é gosotoso ser aluna preferida do professor preferido é...

Dec 13, 2006

Quando tinha 10 anos de idade decidi não usar mais franja.
Minha mãe adorava, achava meiguinha, bonitinha, combinava com o rosto de boneca que ela tanto caprichou na mistura genética...
Tive todos os tipos de franja quando pequena... algumas bem que poderiam ser retocadas com um photoshop pras gerações futuras não rirem tanto da minha cara.
Algumas vezes arrisquei cortar sozinha. Decididamente não foi uma boa idéia. Não recomendo esse tipo de corte, a não ser que você seja um desses tipos excêntricos, que não se importam com simetria.
A diagonal que cortava minha testa desde a sobrancelha até a raiz do cabelo do outro lado do rosto não era passível de reparo nem pelo melhor cabelereiro de Sampa.
Minha mãe morria de vergonha nessas horas. Coitada...
Eu, me rebelando desde cedo!!!
Tive também daquelas repicadas até a costeleta (ai, credo...) que estão na moda novamente. Espetadinha no topo da cabeça, batidinha na lateral, que a gente chamava de Chitãozinho & Xororó, e agora é retrô, super anos 80. Continua horrível!!! Vi umas meninas em Milão assim ano passado. Demorei pra me recuperar do choque.
Essa eu tive que brigar com a mãe quando vi a foto. Eu e minha irmã com o mesmo penteado esdrúxulo!
Ela se defendeu dizendo que a gente que pedia essas coisas, que ai dela se tentasse impedir.
Ah, não, não pode. Pra que mãe se não pra nos proteger de micos desse tipo: "filha querida, é feio, e quando você vir uma foto daqui a 15 anos vai brigar comigo..."
A maior parte do tempo meu cabelo teve corte reto. Franja reta, bem reta, pra combinar com o cabelo liso, bem liso. Corte na altura do ombro ou do queixo, sem grandes variações.
Chanel!
Corta Chanelzinho pra mim...
Quando mudei pra Campinas resolvi abraçar meu lado mais rural, mais selvagem.
Deixei os cabelos crescerem sem dó. Ficava muito tempo sem chegar perto de tesoura. Queria cabelos longos, sem franja, despontados. Acho que estava passando Vamp na época e eu queria aqeles cabelos vampirescos.
Foi quando abandonei a franja.
O cabelo desgrenhado não durou muito não, ainda bem!!!
Começei uma pesquisa das propriedades embelezadoras capilares das frutas do quintal. Fazia uma meleca danada, cada semana testava uma mistura diferente.
Entrando na adolescência, os cabelos já estavam longos, caramelados e volumosos. Dia desse minha irmã disse que eu parecia uma daquelas meninas dum seriado que passou há alguns anos, "Popular" se não me engano, de meninas super-populares, com cabelos esvoaçantes... eu não achava isso não, mas ela disse que era...
Aí comecei a namorar um roqueiro cabeludo e cortei meus cabelos bem curtinhos e arrepiados. Só pra fazer graça: o cabeludo e a careca.
Uma vez cogitei raspar, queria ficar como a Dolores O'Connor do Cranberries. Quando falei pra minha mãe, ela pedagogicamente vasculhou os álbuns da família, pegou uma foto do meu avô paterno e uma de mim bebezinha: "tua cabeça é chata como a de teu avô!"
Mudei de idéia.
Variei um pouco entre os curtos, muito curtos e menos curtos, voltei pro corte reto na altura dos ombros, corte curto de volta no fim dum namoro (duas ótimas escolhas!) e deixei crescer... Há uns 3 anos que o cabelo é mais ou menos o mesmo, vai crescendo, mas nada de novo e revolucionário no corte.
Até com a tinta eu parei no ano passado.
Hoje cheguei pro Edi: "quero franja!"
Tá ótima. No meio do olho, bem pouquinha, porque se ele cortasse mais um pouco de cabelo ficaria com um volume enorme na testa.
Mas tá ótima!!!
O cabelo curtinho, só quando conseguir me manter com 54kg por mais de um ano...

Dec 10, 2006

Temporada de Festas de Natal II

Ontem foi a festa de Natal do escritório. Nossa tradicional pizzada.
Depois que descobrimos que pizza faz muito menos sujeira do que churrasco (ainda bem, pq construir o forninho não foi tão fácil assim...), que todo mundo participa, e que fica mais barato, fomos muito mais felizes.
Delícia de festa!!! Só faltou a Di, mas ligamos bêbadas pra ela no meio da noite só pra dizer que estava fazendo falta. E tiramos foto com ela sem ela, depois resolveremos o problema no photoshop.
Sabe festa tranquilinha, clima caseiro, turmas misturadas, amigos que voltaram a se falar, noite bonita. Tudo gostoso... Pizzaiolo novo, cheio de dicas anotadíssimas pras próximas festas.
Ah, previsão de chuva, claro, como em todas as nossas festas!
Sabadão amanheceu caindo o mundo. Daquelas chuvas que parecem que não vão parar antes de três meses, clima de monções total... mas nada que umas velas e uns ovos no muro para Santa Clara não resolvessem.
Por via das dúvidas montamos as duas lonas.
Voltando pra parte da bebedeira... (não conte pro meu médico que eu bebi, ele disse que sem cortar o álcool não ia eliminar os tais 4 quilos que não gosto que me acompanhem)
Foi só uma cachacinha, nada de mais, umas doses (é, plural mesmo!). Aquela tal da Erva Doce, cachaça de Salinas envelhecida por 3 anos em tonél de peroba rosa, desce tranquiiiila, quando vai ver, já foi...
Aí fiquei meio "bebinha", nada de mais, não tinha que dirigir depois mesmo, se caísse no quintal as cachorras iam lá deitar comigo, nem ia passar frio.
Mas eu já estava elétrica demais. Ligada em 220v. Correndo feito uma louca desde as 9 da manhã arrumando a casa, terminando a pintura da sala, varrendo o quintal, esticando a lona. Enlouquecida.
Nem vi o tempo passar. Ainda bem que a gente marca a pizza pras 6 e o pessoal só chega 7:30, senão tava ferrada, ia receber todo mundo de toalha.
Me disseram que tava frio ontem, mas demorei pra perceber isso... nem foi culpa da Erva Doce não... culpa do sangue bombeado muito rápido pelo corpo mesmo.
Fantasias antigas... muito antigas... e não ser mais menor de idade intensifica o grau da fantasia... humm, melhor não falar disso ainda. Senão vou viajar como no post do Chico.
Vou continuar fantasiando enquanto não tomar coragem de concretizar nada...

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Ressaquinha hoje me deixou no sofá, que é mais perto do banheiro do que a cama... Alguém me conta como é que essas meninas conseguem provocar vômito pra emagrecer? Não consigo vomitar com o dedo na goela nem com o estômago zuado desse jeito. Precisava tanto... a ressaca ia passar tão mais rápido...
E a louça ainda não foi toda lavada, mas beleza...

Dec 8, 2006

Arrumando a casa...
Há duas semanas fiz um desenho para a pintura nova da sala daqui de casa. Aprovadíssimo pelas moradoras. Comprei a tinta e "bum" começaram as chuvas!!!
2 semanas de chuva sem pausa. Quer dizer, até teve pausa, no horário comercial que eu não posso ficar pintando parede de casa.
Sem contar que, com a quantidade de goteiras que estávamos nem ia adiantar pintar.
"Bonita essa textura aquarelada que você conseguiu, como fez isso?"
"É só ter telha quebrada, folhas entupindo a calha e pintar meia hora antes da chuva..."
Anteontem arrumamos o telhado. 2 chuvas sem goteiras. Já posso guardar os baldes de plantão.
Ontem não choveu e hoje fez sol.
Aproveitei o sol e o feriado (feriado da padroeira da cidade, N. Sra. da Conceição, pra quem ainda não sabe) pra iniciar minha vida de pintora de paredes.
Quem é teve a idéia desse forro acompanhar o madeiramento do telhado mesmo???
E não dava pra comprar uma escada maiorzinha?
Ainda não consegui pintar atrás da estante de livros da Lu, é muito pesada pra brincar de empurrar sozinha...
Estou esperando secar a primeira demão, daqui a pouco eu volto pra lá.

Dec 7, 2006

Aniversário de Mamãe
... mas ela não está aqui... pra variar...
minha mãe nunca está.
Esse ano então ela se superou, se fizer as contas, deve ter passado mais tempo fora do que aqui...
Tudo bem que uma das vezes ela foi pra Malásia e trouxe um marionete maravilhoso pra mim... mas não foi o suficiente pra se desculpar por passar mais de uma semana sem dar notícias do outro lado do mundo... hãn hãn (ficou boa essa acentuação né?)
Luluzinha, feliz aniversário!!!
Já comprei o anti-rugas pra você, ok?!
Já que fez pouco caso do meu presente anterior... hunf!

Dec 5, 2006

apaguei mesmo!!!

Apaguei um post inteirinho...
O blog é meu e eu faço o que quiser nele!!!
Fiquei pensando que tinha assunto pra três posts diferentes e que as idéias estavam embaralhadas. Agora escrevo com mais calma, em capítulos.
Capítulo 3: dos presentes
Não das pessoas presentes, das coisas que presenteamos os amigos.
Eu adoro comprar presentes... só não compro mais porque me falta dinheiro, senão não regularia nada. (todos torcendo para que eu ganhe rios de dinheiro, ok?!)
Presentes muito bons são comprados/feitos/roubados(só no caso de flores de jardins alheios, mas cuidado, vocês se lembram da história da Bela e a Fera...) por impulso: "puta merda isso é a cara de fulano, ele vai amar(ou morrer de rir, que também vale)!!!" e aí você tem que dar pra pessoa, senão vai ficar com idéia na cabeça, não vai mais conseguir dormir, comer nem nada.
Como virginiana planejadora e controladora que sou, impulsos são meio raros. Eu provavelmente já estava com uma idéia na cabeça antes de gastar.
Fico imaginando um presente pra uma ocasião especial, analiso todos os aspectos do presenteado(a) e monto um presente ideal na minha cabeça. O que se transforma num problema muito sério quando nenhuma loja tem a tal coisa com as exatas características que eu fantasiei.
Sempre acontece!!!
Sei como vou embrulhar, o que escrever no cartão pra arrancar uma gargalhada (não gosto de choro...), se precisa de acompanhamentos ou éuma coisa só... Adoro essas elaborações.
Entrei numa discussão com a Mila sobre os presentes.
O cara que me atendeu na loja (que por sinal tá péssima no quiosque, a Lush precisa de loja completa, com água e geladeiras, senão não dá pra experimentar nada...) sábado não conseguia entender meu desespero.
Cheguei pra comprar 3 barras de massagem (http://www.lush.com.br/detalhar.asp?id_categoria=22) para meu amigos. Já tava com isso na cabeça havia dias, fui para Sampa mais cedo só pra passar lá pra comprar as barras. Não tinha!!!
"Tá em falta. Mas dia 8 chega, junto com um monte de produtos novos!"
"Não adianta, preciso disso pra amanhã! Tem em alguma das outras lojas?"
Nada!!!
"e que alternativas você tem?"
"tem os sabonetes..."
Cortei o cara. Fiquei brava... Primeiro porque ele não conseguia distinguir um produto que eu pudesse dar para garotos de um que não poderia, não era capaz de diferenciar os produtos masculinos e feminos, ele não sabia nada dos produtos que estava vendendo. Ofereceu uma barra de óleo de banho com chocolate na fórmula sem perguntar o tipo de pele. Imagina só dar um presente que vai causar espinhas e sebos? Hirg!
Acabei comprando só uma barrinha cheia de gliter para mulheres poderosas para minha amiga e um sabonete que eu tava namorando. Mas fiquei com o negócio na cabeça. Saí de lá falando que tava com a idéia fixa na barra de massagem e que ia pensar mais um pouco.
A discussão com a Mila depois foi sobre os sabonetes para presentes. Ela, como eu, é uma apaixonada por aqueles produtos. Ficaríamos felicíssimas de ganhar qualquer um deles (lembrando que não tenho banheira, então esqueçam as lindas bolas de sais de banho ;-)). Nós já elegemos um para cada humor, ficamos tristes e nos sentimos órfãs quando eles saem de linha (só porque a pele inglesa não aguenta eles param de produzir???), shampoo, condicionador de cabelo, esfoliante, hidratante de pele, sabonete para o rosto, sabonete para o corpo, barras de massagem... conhecemos todos. Mas nem todo mundo é assim como nós... E o cheiro do sabonete que vai nos acompanhar pelo resto do dia ou noite adentro é muito pessoal, não dá pra comprar de presente sem pensar por dias, é um risco muito grande.
A barra de massagem não, ela até é perfumada, mas não será usada todo dia; precisa de um grau de intimidade entre as pessoas (presenteador e presenteado), mas, pressupõe-se que será usada em dupla (pelo menos), ou seja, é um desejo de que a outra pessoa tenha bons momentos. Pode ser acompanhada de piadas ou de segundas intenções... é muito mais versátil que um sabonete, ou um óleo de banho, uma espuma de banho...
Acabei desistindo dos presentes...
Mas estou escrevendo pra loja, não dá pra ficar assim sem nada no estoque perto do Natal.
Capítulo 2: do limbo
É estranha essa idade que nada se encaixa... talvez não seja a idade, seja a fase, que é muito diferente e que independe do ano de nascimento.
As amigas planejam casamentos, iniciam famílias. Eu, se conseguir manter um relacionamento por 5 encontros tô no lucro.
Mas não é só isso...
Na festa do domingo o limbo era claro.
A turma dos pais agora estava preocupada com os avós. O assunto principal eram as caduquices, as manias, as chantagens emocionais...
A segunda geração (os filhos) é dividida em 2 etapas " the 80's" (que na verdade começa em 78) e "the 90's"... é só fazer as contas.
Uma turma iniciando vida profissional, saindo da faculdade, com uns anseios diferentes, umas crises novas que envolvem dinheiro, ética, profissão, arte, política, amores, sexo...
A outra turma no meio da adolescência... um barato... é bom ver depois que isso já passou...
Pena que um pedaço da primeira turma faltou, e eu fiquei perdidona depois que minha amiga e o namorado foram embora...
Minhas irmãs tem uma capacidade enorme de se enturmar com adolescentes, acho que as duas levam o maior jeito para licenciatura e entretenimento, eu não! Gostam de jogos, video game, falam bobagem sem dó... entram no rítmo da meninada.
Eu não! Definitivamente não levo jeito...
Aí fiquei no limbo, entre as duas turmas, totalmente deslocada.
Capítulo 1: temporada de festas de Natal
Começou! Agora é uma atrás da outra... difícil manter o regime...
Pra falar a verdade, eu adoro! A-D-O-R-O!!! Mesmo!
Tem um monte de gente que eu gosto muito que só consigo encontrar nessas festas, porque o resto do ano tá todo mundo muito ocupado e cheio de coisas pra fazer. Mas nas festas de Natal o pessoal rebola, aperta, e sempre dá um jeito de aparecer.
No domingo foi festa da turma da minha mãe, que também é a minha turma... quer dizer, os filhos da turma que nasceram todos muito pertinho uns dos outros agora são parte dela também.
É o pessoal do coral, Associação Coral Cantum Nobile, que era regido pelo Samuel Kerr.
Lembro das apresentações deles, eu era pequena, mas lembro (minha mãe saiu do coral quando mudamos para Campinas, eu ainda não tinha completado 10 anos). Me divertia muito com eles...
Eu era doida pra entrar pro coral, até fui ver de fazer parte do coral juvenil, na época que eu ainda achava que sabia cantar... ahahaha! Hoje não sou capaz de cantar uma estofe inteira no tom que começei, um desastre acústico. (a falta de rítmo nem importa...)
Eles fizeram um programa só sobre Adoniran Basbosa uma vez. Daquele eu decorei todas as músicas, decorei até as encenações. Na hora da apresentação, o "Adoniran" que descia pela chaminé na "Véspera de Natal" despencou. Caiu Adoniran, caiu chaminé... e o pessoal tentando segurar o riso e continuar cantando.
O "Adoniran" era uma espécie de caricatura do homem, uma cabeça pintada em compensado, não lembro direito do corpo, mas tenho uma imagem de uma roupa de Papai Noel tipo boneco mamulengo gigantesco. A chaminé ficava presa num tripé que parecia estrutura para antena de TV... Claro que ia cair!!! Óbvio!
O "Adoniran" estava guardado aqui em casa até o ano passado, quando tive que arrumar o galpão pra iniciar a vida profissional... Não lembro se ele foi doado junto comum monte de brinquedos ou se ainda está guardado por aqui.
Toda festa de Natal do Cantun Nobile o pessoal começa a cantar, tentam relembrar as músicas, as coreografias, é um barato.
Há uns anos eles levaram até as partituras que usavam nas apresentações, pra tentar refrescar a memória... não vou comentar que estão ficando velhos e esquecidos, né?
heheh, sacanagem!
É sempre gostoso encontrar com eles... tudo bem que a maioria não sabe diferenciar Laura, Mila e Alice, e a ordem de nascimento também não importa mais, mas beleza...

Dec 3, 2006

Ainda não escrevi sobre o show do Chico!
Como assim? O ponto alto da semana, do mês, do ano talvez, e eu não escrevi logo que cheguei? Que absurdo!!!
É que dividir o computador à noite dá nisso, a postagem atrasa.
E depois, não dava pra escrever à luz do dia porque ele atrapalhava as lembranças.
Mas mesmo assim não deveria ter esperado tanto. Deveria ter escrito enquanto minha pele ainda estava arrepiada, enquanto todas as terminações nervosas de meu corpo ainda transmitiam impulsos daquele show...
Vou tentar voltar no tempo, já liguei o Media Player, coloquei a lista enorme de Chico que baixei da internet pra começar a entrar no clima...
Vou fingir que é ele aqui do lado, cantando no meu ouvido só pra mim...

As luzes se apagaram e as duas mil pessoas no salão começaram a aplaudir... um arrepio correu meu corpo, todos os pelos do corpo ficaram eriçados.
Era difícil respirar...
Ele cantando lá na frente, de carne e osso, pela primeira vez respirávamos o mesmo ar...
Eu respirei ar do mesmo lugar que o Chico!!!
Ele cantando e eu cada vez mais arrepiada.
Tímido no palco, quase imóvel tentando se camuflar entre o cenário e a banda. Sem conversas, sem papo com a gente que estava lá pra vê-lo cantar (é, vê-lo mesmo, pra ouvir eu pego um cd e não tenho que aguentar gente chata e tagarela na mesa ao lado!)... "será que se eu fingir que eles não estão aqui essa gente desaparece da minha frente?"
Ele até deu uma ensaiada de que ia sambar, parou no primeiro passo pra frente e deixou o suspense no ar... desistiu da dança... "dançar em público? aqui no alto? eu não... tenho vergonha"
Aquela cara de envergonhado, ai que lindo o Chico envergonhado no palco... (suspiro)
Confesso que pensamentos impuros passaram pela minha cabeça...
Impuros nada! Eles eram bem puros! Puro sexo!!! Puro tesão!!!
"ah, eu vou até aquele palco e agarrá-lo! Isso, na frente de todo mundo! não tem problema!"
Os suspiros eram cada vez mais profundos.
Como pode ser poeta tão genial? Como ele encontrou aquelas rimas, de onde elas surgiram? Esse domínio da língua portuguesa, de quem faz amor com ela, joga na parede, chama de lagartixa, puxa o cabelo e faz dela o que quiser...
ai... (suspiro)
Não era possível desviar o olhar dele.
A mulher na minha frente virava pra conversar com o marido e eu desviava da cabeçona dela que se instalava entre eu e ele. Os abestados da mesa ao lado que ganharam o ingresso e nem sabiam quem era o ser alí no palco, eu tentava ignorar, concentrava para só ouvir o que viesse do palco...
parênteses: ohw, nem todo mundo é Ivete Sangalo, tem gente especial que tem que ser assistida sentadinha, quietinha, sem fazer barulho pra respirar... não precisa ficar pulando que nem pulga em dia de banho lá na frente... o prazer é ouvi-lo cantar...
voltando:
Os trava-línguas do Carioca eu ainda não sabia de cor, eu e a torcida da Macaca, mas quando ele tirava as músicas do baú e todos cantavam junto, e a gente se conectava através da melodia tão familiar.
Pena que ele resolveu que o show tinha que acabar... será que não dava pra cantar a noite toda?
Na primeira despedida nós gritamos muito, todos nós. Batemos palmas bem alto, com os braços estendidos sobre nossas cabeças (a força das palmas é maior só pq a gente levanta os braços?)
Nos levantamos e pedimos que ele voltasse.
E ele voltou!
Voltou logo e cantou canções antigas, conhecidas do público que estava mais animado em pé.
Estávamos também desesperados, melhor agitar bastante, mostrar todo nosso amor por ele pra ver se ele fica mais um pouquinho... cachorrinhos abanando o rabo pro dono na hora de sair pro trabalho (fica!!! fica!!! não vá embora não... fica mais aqui comigo, eu gosto de você).
Mas ele achou que já estava bom, que já tinha feito agrados demais...
"Chico! Volta! Chico! Volta! Chico, Chico, Chico!!!"
Dessa vez ele demorou mais... e nós lá no salão implorando por sua presença... implorando por mais um pouquinho de sua voz cantando em nossos ouvidos...

..."Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá deste quintal
Era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo
Sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim"

e ele se foi... e eu voltei pra casa e sonhei com ele a noite toda...

Nov 29, 2006

AI QUE DELÍCIA!!!!
Hoje vou dormir tão bem, mas tãaaao bem...
Acabou a uruca! A aura cinzenta que rodeava o nosso caminho (por que não era só o meu que ela rodeava) foi dissipada.
Às custas de muita vela, incenso, sal grosso, reza brava, e uma coragem reunida depois de um saco muito cheio, conseguimos hoje nos livrar de tudo o que emperrava nosso caminho.
Impressionante a rapidez com que os nós se desataram esta semana.
Segunda-feira foi de pânico total! Estávamos desesperadas com a notícia de que nossos projetos (parados há 2 meses na prefeitura) não seriam aprovados nem por decreto... quer dizer, por decreto do prefeito eles até que seriam, mas ele não tá lá muito interessado em habitação de baixa renda... e pobre lá precisa de casa dentro da lei, fazer parte da cidade formal??? ah! Conta outra!!!
O problema é que sem aprovação não podemos construir, sem construir, neguinho fica sem teto pra morar, sem quarto pra colocar os quatro filhos, sem reboco pra proteger a filha do escorpião... e se eu construir sem a aprovação fico sem minha profissão...
Agora imagine a cena de filme de terror que passa na minha cabeça a cada chuva? Agora multiplique pela intensidade das chuvas que caíram nesta semana? Deu pra maginar minha dor de barriga, a vontade de vomitar?
Desesperadas corremos consultar nosso conhecidos mais idôneos, de moral inquestionável, que nunca fariam uma coisa errada, nosso portos seguros em momentos de abalos na fé e na ética.
Ufa, eles fariam exatamente como estávamos fazendo...
Coragem pra não ceder à pressão que viria no próximo dia...
Mas a terça-feira foi indolor. Chegamos na reunião prontas pra pedir demissão. Ou é dentro da lei e das regras pré estabelecidas ou não é! Simples assim!
Então, não é!
Nos desligamos do programa.
Hoje todos os nós se desfizeram... era isso que nos prendia... era essa energia do mal que atravancava nosso caminho...
Tudo cancelado, o problema não é mais nosso...
E tudo o que estava parado andou!

Como é bom entrar em movimento novamente...

e amanhã eu vou ver o Chico...
Hoje vou sonhar com o Chico cantando só pra mim, no meu ouvido, bem baixinho...

Nov 26, 2006

'Tava muito bem humorada semana passada pra começar com meus maus-humores... Não queria estragar um post feliz com comentários muito putos, mas agora já posso. heheh
Pois é, nem tudo são flores... nem no acústico do Teatro Mágico (ah é, ele já começou errado, só foi dar certo mais pro meio...)
Meu emputecimento foi por causa dos flashes.
Ando meio irritada com as máquinas digitais há um tempo. Acho que as pessoas passam mais tempo guardando suas recordações no chip de 1G do que realmente vivendo o momento. Meus registros estão na minha pele, no meu olfato, na minha memória, não num chip. Os pixels mentem depois, os flashes enganam... o que foi visto não tem nada daquela luz chapada que coloca tudo num mesmo plano.
Nego vai viajar e passa mais tempo fotografando pra provar que foi, do andando pela cidade, vendo as pessoas, a paisagem, conversando com o vendedor de sorvete... não pode perder um minuto de registro com medo de sua memória falhar um dia e ele não lembrar exatamente como era o lugar visitado.
Eu sou contra!
Faz parte da minha viagem as distorções da minha memória.
Eu guardo mapas, postais, guardanapos, folderes de hotéis, passes de metrô, fotografias também, mas guardo com mais carinho meu diário de viagem, minhas anotações ao final de cada dia de tudo o que se passou pela minha cabeça. Essa é a minha recordação, não as milhares de foto tiradas aleatoriamente que nunca serão reveladas.
No show domingo passado foi assim.
O clima delicioso de escuridão e silêncio era interrompido por flashes que feriam meus olhos.
As pupilas estavam adaptadas à falta de luz, a retina já captava os poucos reflexos e tranformava em imagens... FLASH!!!
Tontura, cegueira e recomeçava a adaptação ocular ao ambiente escuro.
Muitos flashes, muitos flashes...
e eu ficava tonta com todos eles.
Devo ter perdido muita coisa do show...
Estranho o poder ensurdecedor da luz. Era mais fácil ouvir ali no escuro, a melodia cantada estava mais clara, os suspiros, os cochichos, podia ouvir tudo... até que os flashes barulhentos atrapalhassem minha audição também.
"Carpe Diem"

Nov 25, 2006

Thanksgiving dinner
Quinta-feira foi dia de Ação de Graças, sabe aquela festa dos filmes americanos que as famílias se reúnem um mês antes do Natal e se entopem de peru, purê de batata, cramberry sauce, stuffing e torta de abóbora? Essa mesma.
Minha família comemora!
Não me pergunte por quê, que eu não entendo não. Minha irmã diria: "que coisa mais americanóide!" Mas é claro que ela não abriria mão da sua parte do jantar.
Por este trecho da enciclopédia Wikipedia dá pra entender meu não entendimento da manutenção da tradição por aqui: "Os primeiros Dias de Ações de Graças na Nova Inglaterra eram festivais de gratitude a Deus, em agradecimento às boas colheitas anuais. Por esta razão, o Dia de Ação de Graças é festejado no outono, após a colheita ter sido recolhido."
Aqui a comemoração é na mesma data que nos EUA, a quarta quinta-feira do mês de Novembro ("o presidente Gaspar Dutra instituiu o Dia Nacional de Ação de Graças na quarta quinta-feira de novembro, em 1949 por sugestão do embaixador Joaquim Nabuco. Esta data é comemorada por muitas famílias de origem americana, igrejas evangélicas, universidades confessionais metodistas e cursos de inglês"), que não é outono, não é final de colheita e não tem nada a ver com a nossa cultura... mas vá lá, tô topando pelos meus antepassados, pra não negar a origem americana metodista e tal, porque a vó ia fazer um bico gigantesco e não falar comigo até o Natal se eu cogitasse não ir sem um motivo muuuuuito bom... e claro, pela torta de abóbora!
Só comecei a escrever por causa da torta.
Quem sempre faz as tortas da festa é minha avó. Ela assa umas 4 ou 5 tortas, leva 3 para a comemoração na igreja e deixa uma pra gente comer depois em casa. Nossa festa é na igreja, não em casa; a reunião é da comunidade americana, não da família, já que a maioria das famílias que frequenta aquela igreja está esparramanda pelo mundo sem possibilidade de reunião em Novembro. A vó nunca come a torta que ela mesma fez, só come a dos outros. Depois da primeira mordida olha para todos da mesa "está boa, mas a minha é melhor".
Dona Phyllis não falha nunca!!!
E ela só faz a torta nessa única noite do ano, então é melhor estar em casa, senão...
Não posso imaginar como seria um ano sem a Pumpkin Pie da vó...
"... eu dou graças por poder comer esta torta mais um ano..."

e aqui está o segredo dela:

PUMPKIN PIE
(FAZ DUAS TORTAS DE 15CM DE DIÂMETRO)
PIE CRUST: (aquecer o forno alto por 15 minutos e baixar para forno médio por 30 minutos)
todos os ingredientes devem ser mantidos em geladeira e deve estar o mais frio possível na hora de usar.
1 3/4 xícara de farinha de trigo
1/2 colher de chá de sal
1 colher de chá de pó royal
1/2 xícara de margarina
1/4 de xícara de água gelada
Misture os ingredientes secos.
Junte a margarina à mistura amassando com um garfo até que vire flocos. Adicione devagar 3 colheres de água gelada à mistura, misturando gentilmente. Se a mistura já formar uma bola de massa uniforme pode parar por aí, senão adicione um pouquinho mais de água. O ideal é deixar a massa na geladeira por 12 horas, mas se a pressa for grande, deixe por 10 minutos, enquanto prepara o recheio.
Para abrir a massa, divida a bola em 2 partes iguais (a receita dá pra duas tortas, lembra?), e com um rolo sobre um pano de abrir massa abra até ficar com espessura de 5mm. (fácil, muito fácil!!!)
Colocar a massa na forma de torta e assar sem o recheio.
RECHEIO: (você pode usar abóbora enlatada ou preparar a abóbora em casa mesmo)
1 1/2 xícara de abóbora
2 gemas de ovos
2/3 de xícara de açúcar
1/2 colher de chá de gengibre em pó
1/2 colher de chá de canela em pó
1 1/2 xícara de leite
1/2 xícara de creme de leite
1 colher de chá de baunilha
2 colheres de sopa de conhaque
1/2 colher de chá de sal
2 claras em neve
Misture as gemas, o açúcar, gengibre, canela, leite, creme, baunilha e o conheque à abóbora. Adicione o sal, misture bem. Acrescente as claras em neve e misture.
Coloque o recheio na casca da torta e asse em forno alto por 15 minutos e depois em forno médio por mais 30 minutos.
Servir os pedaços com uma bola de sorvete de creme ou chantili.
fontes:
Rombauer, Irma S. "The Joy of Cooking - a compilation of raliable recipes with an occasional culinary chat". The Bobbs-Merrill Company, New York, 1946

Nov 20, 2006

viva a falta de luz!!!

Ontem assisti a um dos melhores espetáculos de música da minha vida, e olha que eu assisti aos Stones em Copacabana bem pertinho do palco!
Dez minutos antes dos caras entrarem no palco acaba a luz. Uma chuva danada fora do teatro, sem notícias da CPFL sobre o retorno da eletricidade.
Platéia toda sentada esperando começa a cantar. Nada de "começa, começa!!!", ninguém mostra a menor intenção de sair de lá sem ver o show, a luz pode demorar, a gente espera tranquilo...
Uns quarenta minutos e nada de voltar a eletricidade. Ventiladores não funcionam sem força, o teatro tem janelas mas não são suficientes, e lá fora também estava quente apesar da chuva. Todo mundo suado esperando.
A trupe entra no palco: nós vamos começar a tocar sem eletricidade mesmo, mas como nossos instrumentos são todos elétricos, vamos precisar da ajuda de vocês, precisamos de silêncio da platéia pra todo mudo poder ouvir.
A platéia nem respirava... às vezes cantava junto baixinho, o que garantiu a afinação do coro (podem chamar a platéia de Campinas pra gravação do acústico ao vivo, já estamos treinados).
Uma luz de emergência retirada de algum corredor do teatro iluminava os artistas no palco, os celulares e baguetinhas fluorescentes iluminavam a platéia... Os flashes das máquinas ganhavam intensidade, machucavam os olhos que já se acostumavam com a escuridão.
Nossa audição estava mais aguçada, todos se esticavam para ouvir o violino que sem a amplificação tocava tímido.
As palmas invadiam o silêncio deixado pelos DJs impossibilitados de tocar.
Quando estávamos todos no clima que nem sentíamos mais a falta da eletricidade ela voltou. Por um minuto apenas, talvez menos, o tempo suficiente para interromper a música com palmas, gritos festejando... mas foi só. O teatro se apagou novamente e o público retomou a música da última estrofe cantada como se nunca tivesse sido interrompida.
E assim continuamos até o final.
Quando a trupe se despedia "... e amanheça brilhando mais forte!" a luz acende mais uma vez!
Oba, agora eles podem tocar mais um pouquinho pra gente sem forçar a voz, sem machucar os dedos...
Foi só o tempo de terminar o pensamento e a luz apagou novamente.
Toca mais! Toca mais! Toca mais!
Mais um pouquinho de Teatro Mágico acústico só para os raros... Toca Realejo! vocês não podem ir embora sem tocar Realejo!!!
A energia elétrica só voltou de vez quando a trupe estava fora do palco recebendo os abraços do público.
Eles mereciam os abraços mais apertados que fossemos capazes de dar, mereciam muitos beijos naquelas bochechas maquiadas, mereciam nossas lágrimas emocionadas, nossa pele arrepiada, nossas orações antes de dormir agradecendo por aquele momento mágico, por nos proporcionar um show tão lindo quanto aquele que acabávamos de assistir.
Não tenho fotos, tenho cada imagem, cada cheiro e cada som daquelas horas de teatro guardadas na minha memória e ninguém tira isso de mim.
Ainda estou em êxtase, andando sem tocar o chão...

"...Só enquanto eu respirar
Vou me lembrar de você"

Nov 19, 2006

fotossíntese...
delícia de sábado com sol sem fazer nada!!!
Nada um pouquinho, descansa um pouquinho, come um pouquinho...
15 minutos de sol de frente, 15 de costas... cai na piscina pra refrescar, volta pro sol pra secar.
Protetor solar 30 no rosto, 15 no corpo. Reaplica toda vez que sai da água e hoje nada de queimaduras, ardidos, vermelhos... Só um leve bronzeado.
Marquinhas de biquini sem o contorno vermelho na pele são ótimas. Tudo para acostumar a pele ao sol para que o verão na Bahia seja tranquilo... e que não me cobrem em Euros os hoteis e as cervejas.
Sucos de cenoura com beterraba complementam a dieta a partir de hoje.

Nov 15, 2006

Cólica infeliz!!!
Não sei pra quê isso, já não basta ser um monte de sangue saindo de dentro de mim ainda tem que ficar doendo???
É uma dor que amolece as pernas, vai dando uma tontura... só resolve tomar ponstan e deitar enrolada no cobertor. Não importa o calor que está fazendo lá fora, o cobertor é necessário.
E sempre vem alguém com a constatação: é bom estar menstruada, pelo menos não tá grávida!
Ah, jura??? Como se houvesse alguma possibilidade de gravidez nesse momento celibatário da minha vida...
táh!
grrrrrrrrrrrrrrr!!!
Que agradável minha companhia hoje... hahah
Melhor ficar em casa assistindo a qualquer filme que estiver passando na tv, tomando um chazinho pra ver se amanheço de bom humor.
Até porque amanhã temos que ter um sorriso estampado no rosto para que entregar as chaves da casa que reformamos para a cliente... feriado trabalhando é foda... ficar procurando defeitinhos e detalhezinhos pra arrumar antes da filha da cliente ver, senão nada de pagamento.
E essa história acabou com minhas unhas, o esmalte tá todo arrebentado!!!
Preferia ter ido pra praia... ai ai... ou ficado tomando sol na beira da piscina... pelo menos teve um churrasquinho no almoço, tarde batendo papo antes de voltar pra fechar a obra.
Melhor parar com minhas reclamações por aqui... cansei.

Nov 12, 2006

Paisagismo de túmulo...
Pode parecer meio mórbido pra algumas pessoas, mas eu não tenho problemas com cemitério não, nem com morte na maioria das vezes. Claro que aquelas que vem repentinas e arrancam do nosso lado pessoas que achamos que não estavam prontas pra ir me atrapalham um pouco, mas no geral fico tristinha sem grandes traumas.
Na quinta o vô da Cuca faleceu; seu Luis vai fazer falta, o velhinho era bem bacana, teve projetos "do bem" a vida toda, era ultra correto nas suas atitudes (como a Cuca). Fomos pro velório dele e na sexta de manhã foi o enterro no Araçá. Não tinha dimensão do tamanho daquele cemitério, sempre vi de fora, os muros altos, mas nunca tinha dado a volta completa nele, nem entrado. É enorme, e lá de baixo parece umá favela num morro. Fiquei impressionada com os jazigos imponentes das famílias ricas da cidade, verdadeiros palacetes.
Tinha um túmulo sendo construído com a placa do empreiteiro... demais né? especialista em túmulos...
Hoje fui visitar vovô e vovó no Ghetsêmani com paps, Mila e Lidia, tia Neide não quis ir. Meu pai diz que ela tem lembrança de cemitério em Pirajuí (cidade deles no interior de São Paulo), que as tias faziam competição de quem aparentava mais sofrimento pelo morto visitado (mesmo que ele tivesse morrido meio século antes e nenhuma o conhecesse direito), e por isso acha que vai ser ruim sempre.
Tentei explicar que nossas visitas ao túmulo da vó são sempre felizes, mas surtiu efeito.
Compramos azaléias pra vó Meca. O túmulo dela tava sem plantinhas desde a mudança (minha vó foi enterrada num outro túmulo enquanto o dela não ficava pronto, quando ficou pronto o caixão dela foi pra nossa propriedade). A vó adorava o jardim dela, ele era muito florido e estávamos devendo as flores pra enfeitar a plaquinha com o nome dela lá no cemitério. Limpamos a placa que ficou brilhante agora, plantamos 4 mini-azaléias cor de rosa de 2 tons diferentes, fizemos nossas bagunças lembrando dela, contando causos e fomos procurar o vô.
Casal moderno né? dormindo em quartos separados... heheh
O corpo do meu vô tá sequestrado no túmulo de outra família e a gente não encontra a dona pra pedir autorização pra mudança. Por enquanto ele fica lá...
O dele é sempre o mais fácil de achar, mas desta vez meu pai se confundiu. Acabamos encontrando um outro casal Sebastião e América, na mesma quadra do vô.
A Mila brincando falou "é aquele do lado do toldo" porque da última vez que fomos tinha acabado de acontecer um enterro naquela quadra, desta vez também! hahah
Vô Bastião é vizinho de fundo da Maria Rita do Roberto Carlos, descobri isso hoje. Olha só...
Plantamos mais azaléias pra ele e já arrumamos a terra pra plantar alguma outra coisa em Dezembro, quando ele completaria 100 anos. Limpamos a plaquinha, polimos e agora tá bonitinho lá.
Enquanto o pai ia levar flores pra uma amiga dele que está lá também, a Mila e eu continuamos a nossa busca pelo Gui.
No ano passado fomos procurando túmulo por túmulo debaixo de um sol danado, mas nada dele... É que meu pai lembrava de ter ido pra um lado, eu lembrava de ter descido pelo outro, mas lembrava mais da chuva e do Ti chorando do que do caminho, e a Mila lembrava da Teca e não lembrava do caminho. Decidimos então plantar o bulbo de flores e fazer nosso homenagem pro nosso amiguinho querido num jazigo sem placa. Este ano, mais uma vez sem endereço, porque o sistema de busca do Ghetsêmani não tem muitas variáveis, resolvemos levar as flores pro jazigo que escolhemos no ano passado.
E quem disse que nossa memória era boa assim? Desta vez até envolvemos um dos jardineiros que achou o maior barato a nossa busca. Ele se divertiu com as duas desvairadas procurando uma coisas que elas não tinham a menor idéia de onde estava apenas por lembrarem da posição da torneira mais próxima e que era descida.
Agora tô cismada que procuramos pelo número errado... não lembrávamos a zona e achávamos que a quadra era 10, de certeza só o jazigo 100. Agora tô pensando que era na Zona 5, quadra 5, jazigo 100; eu marquei num papel, vou procurar depois... acabamos deixando as rosas amarelas pra ele na Z1,Q10,J3 acreditando que na terceira vez teremos mais sorte.
A Mila acha que o Gui tá de sacanagem, apaga o nome quando fazemos a busca e muda a ordem dos números dos jazigos só pra gente ficar procurando enquanto ele ri da gente. Ela vai atrás de todo quero-quero que pousa num túmulo e pia achando que é um sinal... é uma fadinha essa minha irmã...

Essas brincadeiras todas são só pra matar as saudades. Acho que eles ficam mais felizes de serem lembrados e homenageados com risos (gargalhadas às vezes, porque não sabemos nos comportar direito) do que com tristeza e lágrimas.
E hoje devem estar em festa lá no Céu com a sanfona de Mário Zan que acabou de chegar lá...

Saudades...

... "La vai a chalana Bem longe se vai Navegando no remanso Do rio do Paraguai..."


ps.: planos de viagem incluem as festas de Todos os Santos no México, aquela que as pessoas passam a madrugada festando nos cemitérios homenageando seus mortos... um dia eu vou.
Sexygenário

Na festa do Joel no sábado os amigos estavam comentando: "quando chegar na idade dele quero estar assim também" e riam da sacanagem com o amigo que era recebido como novo membro do grupo da melhor idade.
O Joel é amigo da minha família muito tempo antes de eu pensar em vir pra este mundo, pelos meus cálculos ele já faz parte desta história há uns 42 anos. Foi amigo de adolescência da minha mãe, aluno do meu avô, é um dos filhos tortos da minha avó, mais um desses que ela adotou pela vida... ou seja, é meu tio torto.
Ele é um gaúcho com um vozerão que ocupa o espaço todo, fala com todo mundo e tá sempre de bom humor, fazendo piada com tudo. Tá sempre bronzeado da praia (por sinal, muitas das minhas lembranças de pequena são da casa dele em Caraguá, que a gente tinha que passar óleo pra se livrar dos mosquitos da cachoeira). Claro que o cara ia chegar aos 60 parecendo ter muito menos. É só dar um "google" no nome dele que sempre vem acompanhado de alguma coisa muito legal, está sempre relacionado à cultura, cinema, música, prêmios... Ele faz coisa que deixam as pessoas felizes, mais sabidas, o trabalho dele é esse, não é bom demais?
Lebro que quando chegou no velório do vô ele, minha mãe e minha tia se abraçaram e começaram a chorar muito, mas muito mesmo... minha mãe ainda não tinha chorado muito, ela tinha passado a madrugada e a manhã cuidando das providências para o velório e a cremação, não tinha dado tempo. Quando ele chegou deu tempo. Já em casa, depois da cremação ela comentou: "tão bom que a gente pode chorar assim tão gostoso com o Joel".
Quando recebi o convite pro aniversário dele pensei "eu é que não vou perder essa festa!!! Joel e Jane dão ótimas festas!!!". Claro que era também porque ele (e a família toda, Jane e as crianças) são muito queridos e me senti muito feliz de ser convidada pra estar com eles. Peguei busão pra Bertioga depois de ter passado a madrugada numa festa, peguei um circular que fez um tour pela cidade e finalmente cheguei ao SESC Bertioga onde aconteceria a festa. Valeu à pena, a festa foi ótima, o dia premiado com céu aberto mas pouco calor, comida maravilhosa, decoração lindíssima e montes de pessoas queridas...
Resolvi escrever aqui porque não escrevi no livrinho que passava pelas mesas e que ele só recebeu depois da festa, mas achei que deveria comentar...

Nov 8, 2006

drum, durum durumdrum... rufem os tambores, abram alas pra fanfarra... tatarataratratratra tata...
Adianta falar que não dá pra coração bater nessa velocidade que a situação não vai mudar?
Repita o mantra comigo: "ele simplesmente não está afim de você", agora fale mais alto, três vezes seguidas, respire fundo, dê uma pirueta. Entendeu? Comporte-se!!!
Vamos lá, sem recaídas, você que decidiu isso!!!
ai... nem um pouquinhozinhoinho? só um belisco? não? ah fiquei triste :,(
Ele é tão gostosinho, tão calado, tão... pedindo para ser desvendado. Tem abraço tão apertado de estar feliz de te ver assim sem ter combinado, mesmo de boca cheia comendo sanduíche (light, ainda estamos de regime), branca de susto de encontrá-lo ( por ele aparecer dois segundos depois de ter terminado de contar pra amiga a história de você dois)...
E deixa a família e vem sentar ao teu lado, não de quina na mesa (45°), ele puxa a cadeira de lado pra ficar mais perto, repara nas mãos, repara no brinco novo (só pra esclarecer, piercing na orelha, mesmo de encaixe, é coisa recente no figurino da moça aqui), pergunta do show que vocês iam juntos...
É leve como o vento, na verdade, como brisa, que só passa acariciando e deixando arrepiada...
droga!!! repita mais uma vez, desta vez de verdade: "ele simplesmente não está afim de você!!!"
droga! droga! droga!!!

e os fantasmas se divertem...
segundo a Lê, é culpa do feriado de finados que eu não fui visitar meus avós.

Nov 7, 2006

Hoje recebi visitas de fantasmas do passado.
Nada como aqueles contos de noite de Natal não, mas fiquei repensando a vida.
Encontrei meu ex-sobrinho com meu ex-concunhado. Ex sobrinho é estranho né? A história é assim: a irmã de um ex-namorado engravidou enquanto namorávamos, e o filho dela (que fui até fazer pré-natal) eu chamava de sobrinho até terminar o namoro. Então, agora, o menino e o marido dela são ex-sobrinho e ex-concunhado.
Relações explicadas?
No final do ano passado esse ex-namorado resolveu casar (com a menina com quem ele namorava enquanto namorava comigo, é isso mesmo que você leu). Confesso que surtei... Não, não era saudade não, era despeito mesmo. Ora, onde já se viu canalha daquele tanto, boa vida, folgado casando antes de mim?
Pior, eu sem namorado!!! Fiquei puta da vida!!!
Mas o que me fez ficar pensando na vida foi o comentário do ex-cunhado de que a família toda inclusive o ex consideram que ele se ferrou quando me largou. Que foi um erro dele. É que a vida de casado deve ser mais difícil do que ele achava que seria.
Mas vou defender o bofe.
Não me mate!!! Não atire pedras antes de ler.
Eu acho mesmo que a melhor idéia que ele já teve na vida foi terminar aquele maldito namoro comigo.
O que seria de mim se não tivesse terminado aquela bomba?
Imagine só que trapo de pessoa, obesa, nerd, nerd e só, mais nada... apolítica, sem pimenta, isolada do mundo com seguranças por perto, com medo de fazer novos amigos por risco dele invocar com a pessoa e arrumar briga... eu hein, bate na madeira!!!
Eu não teria conhecido o Brasil todo, não teria passado noites em baladas, vomitado no banheiro do bar e depois beijado alguém desconhecido, não teria participado das oficinas de selinho e banalização das relações humanas.
Não teria aproveitado um cruzeiro transatlântico com tanta intensidade, como não aproveitei tudo o que podia da viagem a Portugal (ah, que tonta, os olhos azuis daquele moreno querendo te jogar na parede e chamar de lagartixa e vc nem tchum... tonta! não teria perdido essa...)
Não teria ido ao show dos Stones em Copacabana, teria morrido de vontade de ir, mas não iria.
Não saberia diferenciar dois rótulos de cachaça, não teria experimentado tiquira, pisco e outras coisas mais. Não dançaria um cacuriá jamais...
Não teria aprendido a abraçar tão forte e a me entregar de corpo inteiro pra tudo o que faço. Não seria uma chorona conhecida, ou não seria conhecida por ser chorona em despedidas.
Não teria amado tantas novas pessoas. Nem cogitaria dividir meu colchão com elas, quanto mais dormir de conchinhas. Eu não flertaria com essa desenvoltura, eu simplesmente não flertaria, e não seria capaz de reconhecer um flerte.
Não teria me apaixonado e partido meu coração em pedaços pequenininhos tantas vezes. Talvez não tivesse acontecido vez nenhuma (que vida sem graça seria essa sem paixões ao primeiro discurso, sem foras homérios seguidos de vômitos).
Não teria percebido que eu também partia corações.
Meu círculo de amigos não se estenderia por todo o território nacional e mais um tanto pra fora.
E esses amigos que hoje eu tenho tanta saudade, que vivem longe e estão tão perto, que são confidentes, que eu sei que posso confiar, que me conheceram de coração aberto com todas a minhas imperfeições e gostaram mesmo assim, talvez eu nem os conhecesse... que triste seria não conhecê-los.
Eu exibiria apenas tons pastel e tentaria apagar as cores quentes, os aromas picantes... eu fico tão melhor em cores quentes, sons agudos, aromas picantes e rítmos acelerados.
Eu sou tão mais feliz com essa eletricidade que passa livre pelo meu corpo.
Talvez eu não soubesse até hoje o que me dava prazer.
Agora eu sei.

Por isso eu defendo a decisão do traste, me dar um pé na bunda foi a melhor coisa que ele podia fazer e eu agradeço.

Só não apareça por aqui!!!

Nov 5, 2006

Baixou Amélia...
Feriadão, sem dinheiro pra sair, pra viajar, nem pra tomar sorvete na esquina (sorvete light, picolé de limão sem açúcar...) tédio total, Amélia veio me visitar.

Amélia vive dentro de mim, usa lenço no cabelo pra proteger da poeira, chinelos havaianas, shortinho, camiseta regata ou top. Tem as unhas destruídas por produtos de limpeza, e um suave perfume de lustra móveis a acompanha, está sempre suada e meio suja de limpar a testa com o dorso das mãos.

Aproveitando o feriadão Amélia veio pôr ordem na casa.
Começou com a Mila... Mila não precisava de faxina, precisava de ajuda antes de fazer a faxina na outra casa dela. Precisava de uma ajuda empreendedora agora que resolveu virar "gente grande", como ela mesma diz; e o tal do curso do SEBRAE feito em Agosto e Setembro seria ótimo para esse empurrão. Passamos a 6ª e o sábado desenhando a micro-empresa, só falta um nome!
Foi divertido, bem divertido (louca, nerd!!! passa o feriado estudando e acha bom!!!)
Ficamos animadas, ela por ver que é viável "embelezar o mundo" e ganhar dinheiro, e eu por vê-la animada assim, confiante de que vai dar certo, sem os medos que estavam travando o trampo.
Que lindinha essa minha irmã...
Agora que estreiou a peça que ela fez o figurino (O Círculo de Salomão, SESC Av. Paulista, todo sábado, 16h, até dia 2511) e todo mundo tá elogiando ela tá "se achado"!!!

Voltando!!!

Sábado foi a vez do escritório.
Fizemos uma reunião familiar para decidir o uso do 3° terço do galpão. O galpão, até 2004 era o entulho da casa, onde ficava tudo o que não sabíamos como guardar dentro da casa, agora, 2 terços dele são ocupados pelo Móbile Ateliê de Arquitetura, o terceiro terço ainda é um entulho.
O que iniciou a crise foi o tear enorme que a Mila trouxe de Pirenópolis e que está montado dentro do meu quarto e virou cabide. Ele ocupa mais espaço do que a minha cama e a dela juntas e me deixa desesperada toda vez que tenho uma dessas crises de organização (não dá pra organizar um quanto e um tear em 12m². Não dá!) e eu queria montar lá um espaço pra colocar o tear da Mila e pra Alice pintar, por que eu sou uma boa irmã e tava pensando nas duas... heheh
Com a abertura da firma da Mila, o tear vai morar com ela e me deixar em paz. Ufa!
Mas a ocupação do 3° terço continuava uma pauta delicada. Foram dadas as seguintes opções:
  • um laboratório de fotografia (proposta da Li vetada por uma absoluta falta de verba e pela certeza de que ele não seria utilizado mais do que 2 vezes num ano e depois nunca mais)
  • um salão de jogos, com vídeo game, telão, tv, mesa de carteado (só faltou o frigobar e garçons na proposta da Li)
  • um quarto pra Ju (ela confessa que bebeu e que sobrava espaço no papel por isso fez a proposta, defendeu dizendo que seria muito importante pra formação dela acordar no meio do Móbile)

tinha mais duas propostas inviáveis apresentadas pela Li, a Mila nem falou nada, a parte dela já esva resolvida. A Lu só não queria briga, e queria a Tico-tico e a bancada. Montes de coisas vão pra Sampa, pra montar o ateliê da Mila, o que fica, monta o ateliê da Li no 3° terço e eu me livrei do baú de madeiras!!! GRANDE VITÓRIA!!!

Hoje a Lu resolveu dar início à grande arrumação, começou pelo entulho na lavanderia. Sobrapar vai ganhar tanta coisa... Já abriu espaço pra levar as tralhas do galpão.

Será que Amélia migra ou contamina como vírus? Será que outras pessoas da família terão ímpetos de arrumação???

doce sonho...

outro dia ouvi que arrumação é coisa de fêmea em época de reprodução... passarinha faz ninho, coelha arruma toca... mulher arruma a casa... ai socorro!

Nov 1, 2006

Estou contando calorias...
Que horror!!!
Refrigerante light, eca! Na despensa agora só entra 0% de gordura, light, gelatina e salada...
Pior é que acho horrível contar calorias, comparar tabelas nutricionais antes de comprar atrapalha a compra.
Uma compra de supermercado pra família que normalmente levaria 1h e meia pra fazer agora leva uma hora a mais, saio cansada triste... é muito mais gostoso fazer supermercado imaginando aquela macarronada ao olho branco, o mousse de sobremesa, ai ai...
Sem contar que é impossível escolher entre as gelatinas, os grãos de soja, qual adoçante tem menos gosto de adoçante (tô achando melhor tomar café amargo mesmo), a torradinha, o queijo branco (sinto muito, mas queijo branco light tem gosto de pasta de celulose, papel sulfite batido no liquidificador... blargh!).
Já era complicado fazer compra por conta das alergias respiratórias na família (alguém sabe se cheirar desinfetante vicia?), todo perfume, por mais leve que seja pode desencadear crises, ou guerras. Antes de comprar sabão em pó, amaciante, desinfetante, cera, lustra móveis (por sinal, encontrei um lustra móveis sem perfume!!! iei!!!), shampoo, sabonete... tem que cheirar tudo! Se parecer forte não pode, senão, dá pra testar, aí os narizes mais sensíveis vão avisar se pode continuar usando.
Perfumadores de ambiente, aqueles neutralizadores de odores alheios do banheiro, nem pensar!!! Velas perfumadas também não.
Agora vem essa história das comidas, só pra complicar ainda mais.
Ah é, são dois regimes de eliminação de peso e um para ganhar massa. Caramba!!! Fica difícil resistir às bolachinhas...
Mas tô forte e decidida! Verão 2006-2007 morena e magra!
Happy Hour ontem tinha cenourinha, cebolinha, queijo branco. Refrigerante light e água... supercomportada!!! No próximo vou pedir um prato de rúcula.
É, a salada tá liberada, temperando com limão, sal e azeite, posso comer o maço todo da alface.
hahahah

Oct 30, 2006

Ontem fui dormir otimista.
Tava feliz mesmo. Eu fico assim em dias de eleição. Pode parecer estranho, mas eu gosto de votar. Até o desprazer de encontrar ex na porta da seção fica menos traumático. Gosto de me arrumar, pegar meu título de eleitora e caminhar até o Resende... depois eu paro na praça e tomo uma garapa.
Eu lembro sempre da minha Vó Meca, que tava com 80 e poucos anos e adorava ir votar.
Ela acordava cedo, vestia a saia branca com a anágua por baixo, camisa branca, terninho branco, escovava os cabelos brancos, colocava o broche com a estrelinha do PT no peito e ia toda feliz votar no Joquei Clube. Era uma barato.
Meu pai também fazia todos os tipos de preparativos. Naquele tempo que as pessoas não podiam nem usar camiseta declarando seu voto para este ou aquele candidato meu pai dava um jeito de burlar as regras. Vestia as três filhas pequenas com vestidos vermelhos, fazia tiaras de estrelinhas e saíamos todos para votar. Quem é que ia barrar três criancinhas lindinhas na entrada da seção eleitoral?
Na eleição de 89 fizemos várias estrelas, pintamos com gliter vermelho e colamos no meio da rua, várias subindo a ladeira desde casa até a esquina, elas brilhavam com o sol...
Por sinal, eleição sempre foi um dia ensolarado na minha cabeça... tá, peguei alguns pés d'água, mas a lembrança é de sol...
Depois é gostoso ficar acompanhando os resultados, a pesquisa de boca de urna... Por sinal, emocinante a eleição no Paraná... credo, eu é que não queria ser paranaense ontem, que que foi aquilo? eleição disputada voto a voto, que nervoso.
E quando saiu o resultado da eleição presidencial e o presidente fez seu pronunciamento, confesso que fiquei emocionada mais uma vez. Claro, nem tanto quanto há quatro anos, mas fiquei feliz, fiquei otimista, achando que as coisas vão dar certo.

Oct 23, 2006

Juro que pensei que fosse mais fácil escrever. Puxa vida, passo mais da metade do meu tempo falando sozinha dentro da minha cabeça, criando mil e um diáogos, pq é q é tão difícil escrever???
Talvez seja pq são tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo que nem dá tempo de processar tudo e digitar.
Semana passada foi foda.
Fui prum congresso que tava juntando dinheiro pra ir desde o ano passado. Previsão de 11 horas de viagem, na prática, 15, mas quem tá contando? Chegar e encontrar meus amigos que eu amo tanto e que vivem tão longe de mim... tão bom... sentia tantas saudades que nem cabia mais em mim...
Engraçado é que parece que a saudade não passa, a gente se encontra, fica tão tranquilo junto e depois fica vazio longe. Não sei se faz sentido, mas fica faltando uma lasca. O coração fica tão pequenininho, com uma vontade de não voltar pra casa... sensação de estar no lugar errado...
A cabeça voltou à milhão, tanta coisa acontecendo no país, tanta lei sendo aprovada, perspectivas de trabalho com habitação... ver os amigos trabalhando com planos diretores, encabeçando equipes, agitando muito... foi tão gostoso. Fiquei tão feliz por eles!
Voltei com borboletas na barriga, agitada (inspira, expira, conta até oito... mais uma vez... mais calma...)!!! Doida de vontade de fazer mais do que tô fazendo.
Não entenda errado, não estou parada, só acho que dava pra fazer mais.
Cheguei de volta e nem deu tempo de ficar aqui. Pai pede socorro, filha corre pra socorrer, claro!
Quatro dias de presidiária chinesa, colando folhas de ouro quase transparentes em painéis pra um casamento (brega??? imagina!!! vai ficar lindo!!!)
Hoje sinto partes do meu corpo que fazia tempo que não sentia (não aquela continua sem uso, para meu desespero! ahhaha), devo ter crescido uns dois centímetros de tanto alongamento. Depois vou medir!
Mas eu tava meio chateada semana passada, mais um motivo pra não sentar e escrever. Na quinta fez dois anos que meu vô morreu... Ai, noooossa, vô é velhinho, nem é tão triste assim morrer... mas é que ele faz falta... ele cuidava da vó, ele fazia a oração antes da refeição, ele contava histórias que ele tinha pesquisado, ele era sério e quando contava piada elas ficavam mais engraçadas por causa disso, ele cuidava do jardim e ele era o único homem da casa. E eu não tava aqui pra abraçar minha vó...
Mas já passou, hoje tá tudo bem.

Oct 10, 2006

Estou pensando sobre os bondes... sobre quando eles partem e a gente perde.
Já perdi uns.
Uns, um tanto bom de bondes perdidos. Até corri atrás de alguns, mas depois que o bonde pega velocidade, não tem mais como alcançar.
É até meio triste ver o bonde partindo, ficando pequeninho lá no horizonte, e você só olhando enquanto ele toma distância, para em outros pontos.
Vez ou outra ele se confunde com uma névoa e a gente nem sabe se era mesmo aquele bonde que queria pegar. Não importa, o coração fica apertado igual!
Mas fiquei pensando sobre isso por culpa de um bonde que não perdi, dessa vez eu que estava nele, e fiquei acenando da janela... Sabe aquele aceno "por que você não corre mais rápido pra alcançar o bonde?"? Esse mesmo.
Também é triste...
Será que esse bonde deveria ter esperado mais um pouco no ponto?
Mas se o passageiro estivesse realmente interessado na viagem ele se adiantaria, ele estaria preocupado com os horários de partida do bonde, não estaria?
estou confusa... muito confusa...
O que importa é que agora já foi...
E o coração de viajante fica apertaaaado pelas pessos que ficam pra trás.

Oct 8, 2006

"Os opostos se distraem
Os dispostos se atraem"
Roubei de Realejo, música de Danilo Souza e Fernando Anitelli do Teatro Mágico e eles devem ter roubado de outro lugar, pq tem aspas na música...

Oct 6, 2006

Tagarelice: S. f. 1. Costume de tagarelar. 2. Modos de tagarela. 3. Dito indiscreto; indiscrição.

Enrolei um tempão pra criar o blog.
A primeira idéia era montar com Di, minha amiga, minha sócia, minha madrinha querida; mas boas de bico que somos, não montamos. A principal desculpa era a falta de um nome.
Esta semana as desculpas acabaram. Cada uma criou um, assim, temos uma garantia de visita (eu leio o dela e ela lê o meu...). Nossas correspondências abertas ao público, já que por um tempo não poderemos tagarelar todo dia ao vivo como fazemos há quase dois anos. Assim, quando formos velhas e famosas, nossas cartas já estarão publicadas, os pesquisadores terão menos trabalho pra entender nosso perfil ao analisar nossas obras.
Já vou pedir desculpas pelas indiscrições, várias, que serão publicadas aqui. Pois é, conversa de buteco mesmo! Cartas escritas com uma lata de cerveja bem gelada numa das mãos enquanto conto as mais recentes aflições.
Hoje ela marcou a passagem, acabou de comprar, e estamos aqui, uma de frente pra outra fingindo que não vamos começar a chorar daqui a pouco...
Já fizemos reuniões aqui no escritório, como que nós três restantes sobreviveremos aos próximos 4 meses, já saímos pra beber, já choramos cantando no buteco... vamos fazer isso toda noite até a hora do embarque.
E já tô tagarelando mais do que devia...
coração apertadiiiiiinho...